UROLOGIA

Temas ligados à saúde do homem foram debatidos no primeiro Encontro com Especialistas de 2014, realizado pela Clínica Onco Hematos na noite de terça-feira, 15, no restaurante Muratto Praia. A noite reuniu urologistas e teve como convidado o urologista e professor Marcos Dall'Oglio, que  dedica-se a urologia com ênfase em doenças malignas do aparelho genital e urinário. "Falamos sobre os cânceres urológicos, mas a nossa discussão foi também sobre o câncer de próstata, que é um dos mais incidentes no homem", destacou o oncologista clínico Adolfo Scherr, mediador do encontro.

A palestra proferida por Marcos Dall’Oglio – professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e mantém como linhas de pesquisa prognósticos do carcinoma de células renais, câncer de bexiga, de próstata e testículo, neoplasias malignas do trato geniturinário e técnicas cirúrgicas em urooncologia -, abordou sobre o câncer de rim e os fatores mais importantes relacionados a essa doença. “Principalmente os tratamentos de tumores renais localizados e tumores mais avançados, visando debater com os colegas e conversar sobre os novos tratamentos e medicamentos, e que perspectivas isso trazem ao paciente”.

Segundo o palestrante, o homem, à medida que fica mais maduro e com a pressão feminina em casa, passa a se preocupar um pouco com a próstata, um órgão que adoece bastante e da saúde como um todo. “Na ordem de tumor maligno, o no rim é o sétimo mais incidente no homem. Este o tumor maligno é de crucial importância quando é descoberto precocemente, a chance de cura é muito grande, mas quando o tumor é mais avançado, apesar das novas tecnologias, a expectativa é menor. Isso estima que quem tem câncer de rim viva 15% a menos do que a média da população”.

Além da palestra, a noite também contou com a apresentação e discussão de caso clínico, feito por Adolfo Scherr. De acordo com o mediador da reunião, que participou da Asco este ano, algumas novidades em relação ao câncer de próstata foram apresentadas durante o evento, realizado no Estado Unidos. “O caso clínico que apresentei hoje aqui foi um trabalho que foi apresentado lá na Asco, que é o maior congresso de oncologia no mundo. No que diz respeito ao tratamento oncológico, o estado está muito bem, no sentido de tratamento com drogas e remédios, pois alguns remédios novos que estão chegando ao mercado, a previsão é que este semestre já cheguem em Sergipe”.

No Brasil em geral, em relação ao tratamento como um todo, o oncologista clínico avalia que ainda existe algumas deficiências. “No sistema público, às vezes demora pra conseguir uma cirurgia ou pra conseguir um tratamento de uma radioterapia, o que atrapalha a relação que a gente ver lá fora, mas em termo de tratamento medicamentoso o Brasil não deixa a desejar a nenhum outro país”.

No cenário mundial, de acordo com Marcos Dall’Oglio, em termos de pesquisa o Brasil tem avançado. “Hoje o meio científico brasileiro já produz meio por cento das publicações mundiais. É um percentual pequeno, mas que, comparado há alguns anos, é um fato crescente. As próprias instituições públicas, as universidades, conseguem fomentar o conhecimento, as pesquisas. Lá na Universidade de São Paulo conseguimos estudar o câncer de rim de uma maneira ampla. Além de adicionar conhecimento, fomenta novas alternativas de cura para a população que precisa”, destacou o urologista, enfatizando a importância da Onco Hematos em promover encontros como este. “Eles proporcionam a interação entre a universidade, as pesquisas, com os profissionais que atuam aqui no Estado, inclusive com discussão de casos clínicos. E é fundamental para que o paciente tenha acesso ao tratamento mais adequado”.

Adolfo Scherr também destacou a importância do evento para a troca de informações e experiências entre os profissionais médicos. “Na correria do dia a dia é difícil conseguir unir todos os profissionais para discutir casos clínicos dos colegas. Nem sempre dá tempo de se reunir com todos para trocar experiências. Então é sempre bom conseguir reunir num mesmo espaço, num mesmo horário, vários especialistas que temos em Sergipe, todos com uma bagagem muito grande. E quem sai ganhando com isso é o próprio paciente”.