Sociedade Brasileira de Hipertensão comemora novas embalagens de medicamentos da FURP


Após alerta da Sociedade Brasileira de Hipertensão, durante o Congresso Brasileiro de Hipertensão, realizado no ano passado em Recife, os medicamentos de hipertensão e diabetes, que representam mais de 50% do consumo total de medicamentos no Brasil sofrem alteração na embalagem.


 


Antes, cinco comprimidos eram distribuídos à população em blísteres iguais, confundindo o usuário, na maioria idosos. A Furp – Fundação para o Remédio Popular, maior fornecedora para o SUS, anuncia que a partir de setembro, os remédios terão embalagens diferenciadas.


 


A reformulação das cartelas e ampla análise feita pela área de desenvolvimento da Fundação resultaram na diferenciação do Captopril (25mg); Digoxina (0,25mg); Glibenclamida (5mg); Hidroclorotiazida (25mg); e Propanolol (40mg). Esses medicamentos são os mais dispensados no Estado de São Paulo por se tratarem de substâncias de uso continuado, utilizados no tratamento da hipertensão e diabetes.


 


Os blisters passam a ter cores diferenciadas nos chapados dos alumínios e, a partir da segunda quinzena de setembro, serão apresentadas em branco (Propanolol); rosa (Digoxina); lilás (Glibenclamida); verde (Hidroclorotiazida); e alumínio natural (Captopril).


 


“Estamos muito satisfeitos com esta solução, que a princípio beneficia apenas o estado de São Paulo, e torcemos que os demais estados se sensibilizem para uma questão desta importância. Tratar a pressão alta já é um desafio para a saúde pública e facilitar a dosagem e o medicamento correto para o usuário é um dever do Estado”, comenta Dr. Hilton Chaves, secretário da Sociedade Brasileira de Hipertensão e idealizador do projeto.


 


Na prática, a diversificação das cores dessas embalagens permitirá maior segurança na administração desses medicamentos, principalmente para aqueles que fazem uso diário de mais de uma droga, como é o caso dos idosos. A medida deverá facilitar a distinção entre uma substância e outra, a posologia indicada e os horários corretos da ingestão. Essas diferenciações por si só permitirão reduzir os riscos de efeitos adversos.


 


“Mas a mudança não se resume na troca das cores das embalagens. Para alcançar o objetivo principal – o de promover maior segurança na administração dos medicamentos -, a orientação sobre a forma correta de utilização do produto é igualmente importante”, explica o superintendente da FURP, Ricardo Oliva.


 


No município de São Paulo, as 21 unidades das Farmácias Dose Certa inauguram a dispensação dentro dos novos padrões. As embalagens estarão nas unidades no final de agosto. Nos demais municípios, os lotes atuais deverão seguir após a segunda quinzena de setembro e à medida que os estoques sejam renovados.


 


Uso inadequado de medicamentos:


O uso inadequado de medicamentos é um problema de Saúde Pública prevalente em todo o mundo.  Dados de 2006 da Organização Mundial da Saúde revelam que 15% da população mundial consome mais de 90% da produção farmacêutica; e 50 a 70% das consultas médicas geram prescrição. Nos países em desenvolvimento, os gastos com medicamentos correspondem entre 25 e 70% dos recursos.


 


A OMS alerta para o consumo inadequado para cerca de 50% de todos os medicamentos prescritos e dispensados. Somente metade dos pacientes, em média, toma corretamente seus medicamentos. Os hospitais chegam a gastar cerca de 20% do orçamento com as complicações causadas pelo mau uso de substâncias e de todos os pacientes atendidos nas emergências por intoxicação, 40% são vítimas de medicamentos.


 


No Brasil, de acordo com a Anvisa, em 2006, o país figurava o primeiro lugar na lista de intoxicações por medicamentos; o segundo lugar nos registros de mortes por intoxicação. Dados do Centro de Assistência Toxicológica de São Paulo – CEATOX revelam que a cada dez casos de intoxicações, quatro são decorrentes do mau uso dos medicamentos sendo as crianças e adolescentes as principais vítimas.


 


Nos Estados Unidos, as estatísticas demonstram que os eventos adversos a medicamentos se constituem a quarta causa de morte no país, maior que a de doenças pulmonares e a Aids.


 


Sobre a SBH


A Sociedade Brasileira de Hipertensão é uma entidade sem fins lucrativos, que trabalha com os objetivos de e estimular o intercâmbio de informações e pesquisa (básica, clínica e epidemiológica) sobre hipertensão arterial e moléstias cardiovasculares entre cientistas e profissionais da saúde brasileiros. Incentivar jovens cientistas e médicos a desenvolveram pesquisa em hipertensão arterial. Educar médicos e profissionais de saúde sobre aspectos de hipertensão arterial e moléstias cardiovasculares. Promover a detecção, controle e prevenção da hipertensão e outros fatores de risco cardiovascular na população brasileira


 


Sobre a FURP


Maior laboratório oficial da América Latina, a Fundação para o Remédio Popular – FURP é a maior produtora e distribuidora pública de medicamentos do país e uma das principais fornecedoras de medicamentos ao SUS. Atua em cerca de 3,2 mil municípios brasileiros e uma carteira com mais de cinco mil clientes e um elenco de cerca 70 itens.


 


Entre os principais compradores estão as secretarias estaduais de saúde – em especial a do Estado de São Paulo – hospitais estaduais e municipais, consórcios de municípios, prefeituras, instituições municipais, estaduais, federais e filantrópicas – com destaque para o Ministério da Saúde -, além de sindicatos e fundações.


 


Além de produzir os medicamentos destinados a atenção básica para o atendimento a programas como o Dose Certa (itens para a saúde mental, hipertensão, diabetes, antibióticos etc), a FURP também é responsável pela fabricação de substâncias destinadas ao tratamento de alta complexidade como os medicamentos usados para evitar a rejeição de transplantes e Diabetes Insipidus. Também produz para o tratamento de doenças negligenciadas, como a Tuberculose, Hanseníase e os usados nos programas do Ministério da Saúde para as DST/Aids.