Simpósio encerra a I Semana Sergipana de Combate ao Câncer


“Ser especialista em câncer é lidar com o tabu, com a discriminação diariamente”, afirmou o oncologista Nivaldo Farias, ao iniciar a palestra “Câncer: Mitos e Verdades”, tema do Simpósio de Combate ao Câncer. O evento, realizado na noite da última terça-feira, no auditório da Sociedade Médica de Sergipe (Somese), encerrou a semana de atividades promovidas pela Clínica Onco Hematos, em parceira com a Associação dos Amigos da Oncologia (AMO).


 


Antes da palestra, José Soares dos Santos Filho, presidente da AMO, recebeu das mãos Drª Simone Bittencourt, um cheque-compra no valor de R$ 5 mil, doados pela Onco Hematos para ajudar na construção da sede da entidade. Ele também recebeu do Mundo da Construção, representado no evento por Lucas Meireles, outro cheque-compra de R$ 1 mil, com a mesma finalidade. “Mais uma vez, resta-nos agradecer. A todas as pessoas que se mobilizaram durante a semana, por esta nobre causa, em especial a Onco Hematos, que é uma grande parceira da AMO”


 


“O trabalho voluntário não é bonito, é necessário”, declarou Maria Conceição Balbino dos Santos, integrante da AMO, ao relatar a história da entidade. “Nós atendemos pacientes de todas as idades e geralmente são pessoas que estão na linha de pobreza, que nem dinheiro para pagar uma passagem tem. O nosso trabalho é também resgatar a auto-estima deles”, relatou ela.


 


Hoje a entidade ocupa três casas no bairro Cirurgia, uma cedida e duas alugadas. Mas a sede própria já começa a ser erguida. “Recebemos um terreno doado pelo Instituto Luciano Barreto Júnior e a obra da sede está orçada em R$ 860 mil reais, onde poderemos atender os pacientes num espaço mais amplo”, explicou Conceição Balbino, complementando que hoje a AMO possui cerca de 7 mil doadores, muitos conquistados através do telemarketing.


 


Câncer tem cura


Durante a sua palestra, Nivaldo Farias fez questão de frisar que o câncer é uma doença como outra qualquer. “A maioria dos cânceres tem cura. O câncer não é uma sentença de morte, como muita gente imagina”. O oncologista esclareceu ainda sobre outros questionamentos que são comumente feitos sobre a doença.


 


O simpósio contou ainda com depoimentos de pessoas que tem câncer ou familiares doentes. Um dele foi o da pediatra Nathalie Nissink Nascimento, cujo filho sofre de um tipo raro de leucemia. “Eu me desesperei muito ao saber e tinha pena do meu filho. Mas hoje aprendemos a conviver e dá para conviver com a doença. Hoje eu olho para ele e vejo o quanto é corajoso e forte, e aprendi também a impor limites, o que é muito difícil de fazer com uma criança doente. Agradeço muito a Deus pelo apoio de toda a família, que é muito importante”.


 


Há alguns anos Maria Custódio, após sofrer um acidente de carro, descobriu que tinha câncer de mama. Submeteu-se à cirurgia e ao iniciar o tratamento, soube que necessitava de um aparelho, a ser implantado próximo ao seio, para que o tratamento fizesse efeito. “Eu corri atrás do aparelho, que o SUS não cobria, consegui e quando estava para me operar, uma das minhas filhas adoeceu e veio a falecer. Mesmo assim não desisti, continuei em frente e hoje estou bem e redescobrir o amor, ao lado do meu ex-marido, com que estou hoje”, explanou, emocionando os presentes.


 


Ao final do evento, a administradora da Onco Hematos, Rossana Sales aproveitou para agradecer a todos pela realização da I Semana Sergipana de Combate ao Câncer, em especial a psicóloga Célia Vieira e Vera Machado, que cuidaram dos preparativos para que as atividades acontecessem. 


 


Com o tema “Câncer e Solidariedade: Juntos podemos mais !”, a semana foi elaborada visando levar à sociedade em geral, mais informações acerca da doença e também angariar contribuições para a construção do Complexo Assistencial em Oncologia da Amo. Toda a renda da semana, cujas atividades foram iniciadas no último dia 20, será revertida para a entidade.