Para aprender a lidar com os sentimentos que surgiram com a nova condição de vida imposta pelo cenário pandêmico, muita gente buscou auxílio da terapia. A psicoterapia pode contribuir para minimizar o ‘cansaço pandêmico’ ao fornecer informações sobre reações esperadas no contexto de pandemia, como sintomas de ansiedade e estresse, além de emoções negativas, como tristeza, medo, solidão e raiva.
“A psicoterapia auxilia ainda na busca de estratégias para promoção de bem-estar psicológico, a exemplo de medidas para organização da rotina de atividades diárias sob condições seguras, cuidado com o sono, prática de atividades físicas e técnicas de relaxamento; no fortalecimento das conexões com a rede de apoio social; possibilita autoconhecimento para saber regular as emoções, dentre outras estratégias”, pontua a psicoterapeuta e professora da Unit, doutora Tatiana de Carvalho Socorro.
O cenário atual é de incertezas, instabilidade, medo, insegurança, apreensão, dentre outros sentimentos que levam o indivíduo a se sentir exausto, mas e quando a falta de assunto com o terapeuta é a pauta da sessão, significa ser o fim da psicoterapia?
“Não. É normal pensar que não tem o que falar. Há vários motivos para que isso ocorra: ter traços de personalidade de introversão, ou seja, é uma característica da pessoa ser mais reservada; como uma forma de proteção emocional, pode-se reprimir memórias dolorosas, e trazer à tona tais lembranças exige um esforço maior; por nunca ter feito psicoterapia, esta é uma situação nova que pode deixar a pessoa sem saber como o que dizer ou como agir; e pelo fato de o psicólogo clínico ser uma pessoa estranha, em que não há intimidade e nem vínculo entre ele e esse profissional”,
Tatiana orienta ainda que é importante ir para a consulta mesmo apresentando essa dificuldade, pois o psicólogo é dotado de conhecimento científico, bem como de métodos, técnicas e instrumentos que possibilitam que o paciente supere essa barreira.
“É comum encontrar resistência na evolução do processo psicoterapêutico. Para evitar que isso leve a pessoa a desistir da psicoterapia, é importante ser transparente com o psicólogo e relatar sobre essa dificuldade”.
Para que o processo psicoterapêutico seja bem-sucedido é imprescindível uma parceria entre psicólogo e paciente.
“O psicólogo deve utilizar seu conhecimento técnico, bem como suas técnicas e instrumentos, e o paciente precisa ser colaborativo, ou seja, responder às solicitações deste profissional. Por exemplo, pode-se pedir que o paciente faça um registro diário de suas emoções, identificando-as e mencionando os acontecimentos e pessoas relacionadas às emoções desencadeadas no cotidiano. Além de responder às tarefas de casa recomendadas ao paciente, é importante que durante a semana ele registre informações que ele considera importantes. Recomenda-se que estas informações sejam levadas para a psicoterapia. Outra orientação que pode contribuir para o sucesso da psicoterapia é registrar também os aspectos importantes da consulta, tais como as verbalizações do psicoterapeuta, bem como os insights do paciente decorrentes da consulta”, orienta.
Assessoria de Imprensa | Unit