“A situação da pandemia no Brasil e em Sergipe é preocupante”, alerta médico.

Com mais de 420 mil mortes e 15 milhões de casos de Covid-19 no Brasil, o país vivencia um cenário bastante crítico e desafiador. A vacinação no país ainda é lenta e os leitos nos hospitais estão lotados.

“A situação da pandemia no Brasil e em Sergipe é preocupante. Não temos uma perspectiva de redução no número de casos da Covid-19. Talvez estejamos caminhando para uma estabilização desses novos casos”, declara o infectologista e professor da Universidade Tiradentes — Unit, Matheus Todt. “Nós acreditávamos, em meados de maio, que vivíamos o pior panorama possível. Temos uma média de mortes por dia que ainda continua muito elevada. Temos que considerar que estamos em uma situação muito grave, com o número de óbitos em um patamar alto, e isso é totalmente inaceitável”, acrescenta o médico.

Para Todt, é possível que o país tenha uma terceira onda de Covid-19 nos próximos meses. “Precisamos lembrar que não vamos conter a pandemia às custas de muita vacinação e proteção. A gente não tem uma quantidade suficiente de pessoas que adquiriram imunidade, por ter contraído o vírus, nem tem uma quantidade razoável ainda com a vacinação”, salienta.

“Se o vírus vier com força novamente, essa imunidade que a gente tem hoje não será capaz de detê-lo. Então, infelizmente, é provável que estejamos caminhando para uma terceira onda. O que assusta, porque a gente sequer resolveu a segunda”, complementa.

Segundo o professor da Unit, as variantes da Covid-19 são um fator complicador. “O grande fato que limita controlarmos uma pandemia é justamente que a população em geral não tenha imunidade para qualquer uma das variantes. Talvez uma variante ou outra consiga fugir dos mecanismos imunológicos”, explica.

“A perspectiva a curto e médio prazo não é boa. A gente não tem como criar um leito de UTI de uma para outra, não tem como inventar uma vacina de uma hora para outra. Nós temos que lidar com as medidas de prevenção disponíveis. Fique em casa, use máscara. Sei que é duro, mas necessário. É a grande medida que temos para frear a propagação do vírus e dar a possibilidade para que as pessoas que ficam em estado grave pelo menos tenham um leito hospitalar para serem tratadas adequadamente”, enfatiza o infectologista.

Matheus Todt alerta para as medidas de flexibilização da pandemia que estão sendo adotadas. “Talvez, a gente esteja no pior mês da pandemia. Não tem como justificar cientificamente, porque isso está sendo feito. Qualquer medida de flexibilização neste momento é uma medida temerosa e precoce”, finaliza.

 

 

Assessoria de Imprensa | Unit