Pesquisa da Ouvidoria busca reduzir índice de falta de usuários a exames e consultas

Preocupada em reduzir os índices de absenteísmo – não comparecimento do usuário à consulta e/ou procedimento médico -, a Saúde de Aracaju, através da Ouvidoria da Saúde, realizou nos meses de fevereiro e março deste ano, um mapeamento juntos aos pacientes faltosos. O objetivo foi saber os motivos pelo quais eles faltaram, como também identificar as especialidades médicas com maior índice de abstenção. “A partir deste levantamento, poderemos definir ações de trabalho, com o propósito de reduzir o absenteísmo que, em algumas especialidades médicas, chega a 39%”, explica Cláudia Pardo, coordenadora da Ouvidoria da Saúde de Aracaju.

O mapeamento foi realizado nos dois Centros de Especialidades Médicas (Cemar) de Aracaju, localizados no conjunto Augusto Franco e no bairro Siqueira Campos. Cláudia Pardo informa que o contato com os usuários faltosos foi feito pela equipe da Ouvidoria, por telefone. “O levantamento mostrou que, no Cemar Siqueira Campos por exemplo, 70% dos usuários faltam à primeira consulta e os demais na de retorno”, disse, relatando ainda que, os maiores índices de absenteísmo na unidade foram registrados em consultas de ortopedia (23%), seguido de cirurgia geral (20%) e neurologia (14%).

Em relação aos motivos que levaram aos usuários a faltarem às consultas no Cemar Siqueira Campos, a maior parte, 40%, alegou que não sabia e/ou não foi informado. Já 19% dos pesquisados afirmaram que não puderam comparecer por motivos de doença ou porque estavam internados, 9% porque os telefones de contato já não pertenciam mais aos mesmos, 7% esqueceu, outros 7% realizaram na rede privada e 6% viajou. Os demais ficaram divididos entre não ter o resultado de exames para retornar ao médico, estavam trabalhando, desistiram, chegaram atrasados ou não tinham transporte (pacientes de outros municípios).

Nos dois meses que foram alvo da pesquisa, 147 usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) de Aracaju deixaram de comparecer às consultas. No mesmo período, 11 eram de São Cristóvão, cinco de Itaporanga D’Ajuda e quatro de Laranjeiras. “Pelo levantamento que fizemos, em relação aos procedimentos, 50% dos participantes da nossa pesquisa acabaram realizando na rede privada e 33% não puderam ir. O maior índice de absenteísmo de exames foi de eletrocadiograma, onde 67% deixaram de comparecer para realizar o procedimento”, diz Cláudia Pardo.

Augusto Franco
Já no Cemar Augusto Franco, o levantamento feito pela Ouvidoria releva que 82% dos usuários faltam à primeira consulta e os demais à de retorno. Quando indagados sobre os motivos do não comparecimento, 37% declararam que não sabiam e/ou não foram informados e 36% que não puderam ir. Os demais esqueceram, fizeram na rede privada, viajaram ou ainda faltaram por causa do trabalho. O maior número de faltosos, 32 pacientes, foi de Aracaju.

Com esses dados em mãos, o secretário da Saúde pretende realizar ações, com o objetivo de reduzir esse absenteísmo. “Estaremos realizando uma campanha educativa, para conscientizar a população que não falte às consultas, pois cada um que falta, é outro usuário que acaba tendo que esperar mais para ser atendido. A partir deste levantamento, também tivemos a condição de saber do paciente, por qual motivo ele faltou à consulta e/ou exame que estava agendado”, enfatiza Luciano Paz, secretário da Saúde em exercício.