Nordeste apresenta maior cobertura do país do PSF


Em comemoração aos 15 anos da Estratégia Saúde da Família, o Ministério da Saúde promove a III Mostra Nacional de Produção em Saúde da Família, em Brasília. Entre hoje (5) até o dia 8 (sexta-feira), o Centro de Convenções Ulysses Guimarães  receberá cerca de 6 mil pessoas, vindas de todos os estados, para apresentar as diferentes experiências com a ESF. 


 


No Nordeste, 48,96 milhões de brasileiros são acompanhados pelo Saúde da Família. Essa é a região com maior cobertura da estratégia no país – 73%. Em dois estados dessa região, essa taxa ultrapassa os 90%, são as maiores do país. Piauí com 96,1% e Paraíba com 94,4%. Sergipe aparece em terceiro com 83,8%. Os dados são de janeiro a junho de 2008.


 


O Piauí é recordista em cobertura pelos agentes comunitários. Dos 2,89 milhões de habitantes, 99,5% são atendidos pela ESF. O estado também tem o mais alto percentual de assistência pelas equipes do Saúde Bucal (95%), seguido, de perto, pela Paraíba com 91,8%.


 


Em Pernambuco, a estratégia alcança 5,66 milhões de pessoas (66% da população do estado). O ex-cortador de cana George Gonçalves, há oito anos como agente comunitário da Estratégia Saúde da Família (ESF), na zona rural de Itaquitinga (PE), acompanha mensalmente 86 famílias na zona rural de Itaquitinga, onde realiza, em média, oito visitas diárias. Segundo ele, os principais problemas antes da ESF eram a mortalidade infantil, a desnutrição, hipertensão e diabetes. Hoje, o município tem outro cenário.


 


“Antes da ESF não havia quem orientasse no tocante a alimentação. Então, quem tinha diabetes morria facilmente. O posto de saúde da zona rural passou seis meses sem médico e o município ficava realmente nas mãos do agente”, conta Gonçalves. Itaquitinga tem três unidades básicas de saúde e um hospital, que fica a cerca de 15 quilômetros da zona rural.


 


Há dez anos como enfermeira na ESF, Ângela Galvão trabalha em Fortaleza, onde a estratégia alcança 25,7% (621 mil pessoas) da população e em todo o Ceará 64,9% (5,3 milhões de habitantes). O posto em que trabalha fica aberto até 21h para atender aos trabalhadores.  Ângela resume bem as atividades do programa.


 


 “Antes, em Fortaleza, o que havia era o atendimento clínico. Quando a equipe da Saúde da Família está na comunidade, tem uma área de abrangência pela qual é responsável e acompanha os pacientes crônicos. A população também pode ir ao posto, sem perder o vínculo com os profissionais. A diferença para o atendimento comum é que nesses casos o paciente não retorna, assim, não é possível saber a evolução do tratamento. Na minha região, a gente sabe quantas crianças têm menos de um ano, quantas estão em aleitamento exclusivo, quantas morrem e do que morrem. Assim, é possível montar uma estratégia para melhorar a qualidade de vida de acordo com os indicadores de saúde. É uma melhoria muito grande. Você trabalha de acordo com as necessidades de cada um”.