Fiocruz produz remédio para controlar insuficiência renal crônica


O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos) da Fiocruz está no meio do processo de transferência de tecnologia para a produção de alfaepoetina humana recombinante, previsto para ser concluído em 2009. Usada para controlar a insuficiência renal crônica, a alfaepoetina faz parte do Programa de Medicamentos Excepcionais do Ministério da Saúde, que fornece gratuitamente à população remédios de alto custo ou de uso continuado. Em 2006, o governo investiu cerca de R$ 1,4 bilhão no programa.


O Programa de Medicamentos Excepcionais tem uma lista de remédios com 226 itens, sendo 14 classificados como prioritários. No topo da lista estão os dois medicamentos produzidos por Biomanguinhos: a alfaepoetina humana recombinante e a alfainterferona 2b humana recombinante. Estes produtos são classificados como biofármacos, medicamentos que utilizam células modificadas geneticamente para produzir determinadas proteínas, melhorando suas características, como o aumento de sua vida útil.


A listagem inclui remédios para tratar doenças como insuficiência renal crônica, hepatite viral B e C, osteoorose, Alzheimer, doença de Parkinson, entre outras. As três esferas do governo (União, estados e municípios) são responsáveis por elaborar a relação, que pode variar de acordo com as demandas específicas de uma determinada região.


Segundo dados do Ministério da Saúde, a assistência farmacêutica tem um orçamento de mais de R$ 4,6 bilhões este ano, sendo que um terço deste valor é destinado ao financiamento dos medicamentos excepcionais. Para fornecer gratuitamente apenas quatros destes medicamentos — a eritropoetina; o interferon alfa; a imunoglobulina e a imiglucerase — o governo gasta cerca de R$ 500 milhões anualmente. Os dois primeiros produtos passaram a ser fornecidos por Biomanguinhos com a transferência de tecnologia. Desde 2006, já foram entregues cerca de 8,8 milhões de frascos de alfaepoetina humana recombinante e de alfainterferona 2b humana recombinante ao Ministério da Saúde. Para 2008, a previsão é a entrega de quase nove milhões de frascos destes biofármacos.


Para reduzir o custo dos medicamentos e a dependência do mercado externo, o Ministério da Saúde tem estimulado a incorporação de novas tecnologias ao sistema de saúde. A transferência tecnológica que Biomanguinhos faz para produzir biofármacos em seu complexo industrial é parte desta estratégia governamental e foi iniciada em 2003.


Fonte: Fiocruz