ARACAJU

De acordo com os dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), de janeiro a agosto de 2009 foram feitos 176.633 atendimentos no Hospital Zona Norte Nestor Piva. No mesmo período deste ano foram 209.210 atendimentos, o que representa um acréscimo de 118%. Já no Hospital Zona Sul Fernando Franco foram atendidos, de janeiro a agosto de 2009, 49.039 pessoas. No mesmo período de 2010 foram 66.587 pacientes, um acréscimo de 136% na demanda.

“Os dados que temos em mãos mostram que a demanda é grande, vem crescendo a cada mês e que são necessárias reestruturações para que possamos oferecer um atendimento de qualidade à população”, disse. Apenas no mês de agosto foram realizados 5.815 atendimentos no Hospital Zonal Sul Fernando Franco. Já o Nestor Piva prestou socorro a 28.274 pacientes sendo que desses, 1.333 são do interior do Estado, principalmente das cidades de Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros e São Cristóvão onde os hospitais regionais se encontram fechados, sobrecarregando os da capital.

Os hospitais da PMA são de pequena e média complexidade e recebem diariamente pacientes de algumas cidades do interior sergipano, além dos Estados da Bahia e Alagoas, que são diretamente encaminhados para essas unidades. “Se esses serviços de Pronto Atendimento nos outros municípios estivessem funcionando bem, nos ajudaria a desafogar o serviço na capital”, explica Waneska informando também que foram atendidos, apenas no mês de agosto, 912 pessoas diariamente no Hospital Nestor Piva. Para ela, um número extremamente alto.

NOVAS ESTRATÉGIAS

De acordo com a coordenadora, para poder prestar um atendimento de qualidade ao usuário, seria necessário que houvesse 42 plantonistas na escala dos dois hospitais municipais. “Hoje temos 14 médicos emergencistas, mas a secretaria vem trabalhando diuturnamente para reduzir esse déficit. Realizamos concurso para contratação temporária, mas apenas 20% das vagas foram preenchidas. Além da gratificação de 10% por plantão, a SMS ofereceu um acréscimo de 50% no salário dos plantonistas buscando estimular que esses profissionais a permanecerem atuando na área”, disse.

Além disso, será lançado em breve o edital do concurso público para a contratação de médicos. Outra medida importante está sendo adotada. Médicos que fizeram concurso para rede de urgência e emergência e que, ao longo do tempo foram cedidos para outras áreas (seja para a gestão, para Unidades de Saúde da Família ou outros setores), estão sendo chamados a retornarem ao local de origem. “Estamos determinados a solucionar o problema, inclusive sacrificando a gestão para isso”, disse a coordenadora.

MEDICAMENTOS

De acordo com Waneska Souza o problema de falta de médicos não acontece apenas em Aracaju, mas atinge o Estado inteiro, inclusive a rede privada. Já com relação às denúncias das supostas faltas de medicamentos, ela foi enfática: “A secretaria repõe regularmente os medicamentos e não reconhece esse problema. Eventualmente, e por conta da grande demanda, pode acontecer de acabar alguma medicação no estoque de alguma unidade, mas assim que informada do problema, a SMS faz a reposição imediatamente”, disse.

A última pactuação da saúde aconteceu no ano de 2002 e a gestão entende que é preciso haver uma repactuação para que as responsabilidades sejam redefinidas. “Os gestores e técnicos da SMS estão muito contentes com a declaração do governador Marcelo Déda de que será ele próprio um dos secretários de saúde do Estado. Não temos dúvida de que a situação irá melhorar bastante agora”, finalizou Waneska.