Apenas 15% dos casos de hepatites são diagnosticados

Neste ano, foram registrados cerca de 90 casos de hepatite em Sergipe. A situação não chega a ser crítica, mas o número preocupa porque esse não é um número real. Apenas 15% dos pacientes são diagnosticados com hepatite, e além da baixa procura médica, o fato de a doença ser silenciosa – ou seja, não apresentar sintomas – colabora para o aumento da doença.

É por estes aspectos que acontece a campanha ‘Julho Amarelo’, que vai chegando ao fim: alertar a população para fazer o exame e orientar a classe médica para estes tipos de caso. Existem vários tipos de hepatite, mas as mais comuns são A, B e C. No Estado, o Programa Estadual de IST/Aids e Hepatites Virais que gerencia a conscientização.

O Dr. Almir Santana alertou que existem diversos públicos-alvo para a campanha. “Primeiro, é preciso alertar que as hepatites são silenciosas e pessoas podem ter e não saber. É preciso fazer o teste. Existe a vacina contra a hepatite B, então estimulando que procurem unidades de saúde. Fazemos a divulgação da prevenção também em serviços com trabalho de corte e perfuração de pele, como salões de beleza, barbearia, estúdios de tatuagem e piercing. Tudo isso demanda alertas, principalmente para a hepatite C, que tem seu principal meio de transmissão pelo sangue”. 


Nesta sexta-feira, 27, foi realizado um seminário voltado para profissionais de saúde da rede básica, com a finalidade de aproximar os trabalhadores de novos tratamentos e da necessidade de estabelecer prevenção.

O médico Alex Vianey, hepatologista, especialista em doenças do fígado e professor universitário, contou dos riscos de não se ter um diagnóstico. “Qualquer pessoa é passível de ter a doença. Nosso problema atual é ter o diagnóstico, que é feito em unidades básicas. A pessoa não pode esperar ter o sintoma para procurar o médico. Os profissionais estão orientados a solicitar os exames específicos para hepatites B e C. O fato de a pessoa não ter sintomas não quer dizer que a doença não vá se desenvolver. A evolução acontece com inflamações, que geram cicatrizes no fígado. Quando isso chega ao grau máximo, chega a cirrose. O paciente desenvolve a doença, mesmo que nunca tenha colocado uma gota de álcool na boca. Uma vez com cirrose, há um risco grande de ter câncer de fígado. É uma progressão. Aí depois precisa ir para a fila de transplante, mas isso podemos evitar com o uso de remédios”,alertou.

O índice de cura nos pacientes diagnosticados chega a ser de 98%. Há outros vírus que provocam hepatites agudas, como citomegalovírus, herpes, zika, chikungunya e dengue. O vírus B e C que vão para a forma crônica, além do D, o vírus Delta, mas que existe só na Amazônia. É possível ter a doença por uso de drogas e até uso excessivo de chás. Outro tipo é a auto imune, que o próprio organismo ‘rejeita’ o próprio fígado.

Os testes rápidos para hepatite C são feitos em unidades básicas, em até 20 minutos. Caso haja o diagnóstico precoce, o período de tratamento pode chegar a até seis meses, com uso de comprimidos duas vezes por dia, sem efeitos colaterais. Em Sergipe, a medicação é disponibilizada gratuitamente pelo Centro de Atenção à Saúde de Sergipe (Case).

Fonte: Infonet