13ª Conferência Nacional de Saúde começa nesta quarta em Brasília


Começa amanhã, 14/11, em Brasília a maior conferência de saúde pública do mundo, a 13ª Conferência Nacional de Saúde. Cerca de 4 mil pessoas estão sendo esperadas. Elas vão trocar idéias e experiências e propor diretrizes de saúde para os próximos quatro anos.


Na 13ª Conferência, o tema principal será Saúde e Qualidade de Vida: Políticas de Estado e Desenvolvimento. A idéia é mudar o conceito de saúde para a prevenção, e não apenas para a cura de doenças. Três outros eixos temáticos vão ser discutidos com prioridade: os desafios para a efetivação do direito humano à saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) na Seguridade Social e no Pacto pela Saúde e a participação da sociedade na concretização do direito à saúde.


“Ao mesmo tempo em que queremos o desenvolvimento, queremos que ele aconteça de forma sustentável, qualificada, de maneira que possa repercutir na qualidade de vida das pessoas no quesito saúde”, explica Francisco Batista Júnior, presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e coordenador-geral da conferência.


Os debates vão ocorrer no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade. Os expositores discutirão cada um dos assuntos prioritários definidos pelo Conselho Nacional de Saúde de acordo com os documentos enviados por cada estado brasileiro, que realizaram conferências regionais ao longo do ano.


Após o debate, os delegados votam as idéias que acham que devem fazer parte do SUS e rejeitam aquelas com as quais não concordam. Depois dessa etapa, será elaborado um documento para ser encaminhado ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão.


A representante dos trabalhadores Francisca Valda da Silva afirma que a 13ª Conferência é uma continuação da luta pela reforma sanitária, ocorrida há mais de 20 anos. Segundo ela, é preciso propor uma agenda política para dar continuidade aos princípios do Sistema Único de Saúde, que são universalidade, integralidade da atenção, eqüidade e participação popular, entre outros.


“Este é um momento ímpar, que tem que ser muito bem aproveitado, porque nós entendemos que só há razão de existir dos profissionais de saúde se pudermos avançar no atendimento a todas as pessoas que precisam de atendimento, e o atendimento integral”.


A representante dos usuários, pertencente ao Movimento Negro, Jurema Werneck, diz que espera que a conferência amplie as possibilidades de realização da democracia e da eqüidade. Segundo ela, a população negra, em especial as mulheres, sofre preconceito nos sistemas de saúde. “A sociedade é racista, não é eqüitativa”.


Para Jurema Werneck, “se alcançar a população negra, se alcançar a população indígena, se alcançar as mulheres, os portadores de deficiência, os quilombolas, todo mundo, aí sim os princípios do SUS serão realizados”.


Além dos delegados eleitos nos estados e municípios, a conferência estará aberta a observadores, interessados em acompanhar a sua realização. Mais informações podem ser obtidas no endereço eletrônico www.13conferencia.saude.gov.br


    


    


     Fonte: Agência Brasil