CASE

Foto: Márcio Garcez/SES 


A adoção de medidas gerenciais, como a distribuição antecipada de alguns medicamentos, o aumento do número de atendentes e de médicos peritos, assim como de usuários beneficiados pelo Programa de Dispensação de Medicação Excepcional em Domicílio, vem contribuindo para reduzir o tempo de espera e humanizando o atendimento no Centro de Atenção à Saúde de Sergipe (Case).


Essas medidas já vêm sendo sentidas pelas dezenas de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que diariamente procuram o Case. A unidade é responsável em Sergipe por fornecer medicamentos de dispensação excepcional de alto custo, órteses, próteses e meios de locomoção auxiliares (OPMs), além de fórmulas alimentares (leites especiais) para crianças de até dois anos de idade com intolerância a lactose.


“Agora, o atendimento ficou bem melhor, porque moramos longe e hoje não há mais a necessidade de vir ao Case todo mês”, reconheceu nesta terça-feira, 26, a dona de casa Isabel Maria da Silva, 34 anos, que reside em Nossa Senhora de Lourdes, município do Alto Sertão, distante cerca de 142 quilômetros de Aracaju. Ela foi à unidade receber a medicação necessária por três meses para a mãe, Maria José de Aragão, 66 anos, que sofre de dislipidemia (elevação dos níveis de gorduras que circulam no sangue e que incluem colesterol e triglicérides).


“Antes, eu vinha pela manhã e só saía no início da tarde. Agora o atendimento está ótimo”, admitiu dona Isabel, que chegou ao Case nesta terça por volta das 8h30 e foi atendida meia hora depois. A mesma opinião foi manifestada pela dona de casa Maria Helena Ferreira Carlos, 53 anos, que sofre de asma grave há cerca de três anos. “É uma grande vantagem agora pegar essa medicação para três meses, porque trabalho com lavagem de roupa, moro sozinha com três filhos e era difícil vir todo mês a Aracaju”, disse dona Maria Helena, que mora em Maruim, distante 31 quilômetros da capital.


Medidas


As duas donas de casa foram contempladas com a decisão do Case em fornecer de uma só vez a quantidade de medicação equivalente ao consumo de três meses. A medida, em vigor desde outubro do ano passado, está relacionada à dispensação dos medicamentos Atorvastatina, de nome comercial Lípidor, indicado para dislipidemia, e o Alenia (fumarato de formoterol mais budesonida 400mg) para pacientes que sofrem de asma crônica severa.


“São medicamentos de alta procura, que percebemos que podíamos antecipar a dispensação, pois tínhamos logística para isso e porque são itens que se podem manter em casa praticamente sem risco de uso indevido ou inadvertido pelo usuário e seus familiares”, explicou Josias Dantas Passos, coordenador geral do Case. Atualmente, o Centro dispensa o Alenia para 1.130 pacientes ativos cadastrados no órgão e o Lípidor para outros 348.


A adoção dessa e outras medidas tiveram reflexo positivo na Ouvidoria setorial do Case, para a qual naturalmente recorrem os usuários na hora de reclamar do atendimento. “Antes, cerca de 98% das reclamações eram justamente baseadas na demora da entrega de medicamentos e no atendimento da farmácia. Com esse modelo de distribuição, houve uma substancial redução no número desse tipo de queixa”, informou o ouvidor da unidade, Alex Nascimento.


Mais atendentes


De acordo com Josias Passos, outras medidas vêm contribuindo para reduzir o tempo médio de espera dos usuários para a dispensação dos medicamentos e no atendimento em geral na unidade. “Também ampliamos o número de atendentes nos guichês da farmácia, que antes eram quatro e agora são nove, bem como o de médicos peritos”, ressaltou. Neste caso, o número de peritos passou de oito para 19, com a chegada dos médicos que antes atuavam no Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse).


Uma outra medida, segundo Josias Passos, tem contribuído para otimizar e humanizar o atendimento no Case. “A expansão do número de pacientes beneficiados pelo Programa de Dispensação Excepcional de Medicamentos em Domicílio teve um forte impacto, pois em 2009 houve um incremento de 30% em relação a 2008”, justificou. Implantado em 2008, o programa tem como objetivo proporcionar maior conforto a pacientes que têm dificuldade de locomoção, como transplantados, portadores de osteoporose e Mal de Parkinson. Atualmente, 1.209 pacientes são beneficiados pelo programa em Sergipe.