Serviço de Tratamento Fora do Domicílio beneficia 844 pessoas no primeiro semestre

“Faço uso do Tratamento Fora do Domicílio (TFD) há mais de 4 anos. Fui transplantado no final de 2014. Não é a cura, mas hoje tenho uma qualidade de vida muito melhor”. Esse é o relato de Paulo Roberto Freitas Araujo, 52. O aposentado, usuário dos serviços de TFD, ainda conta com a assistência para realizar revisões, que acontece na cidade de Joinville, em Santa Catarina, de dois em dois meses, local onde se submeteu ao transplante. Ele e mais 1.300 pessoas, hoje cadastradas no serviço, recebem seu deslocamento e ajudas de custo para dar andamento ao seu tratamento em hospitais de referência distribuídos pelo país.

Através do Sistema Único de Saúde (SUS), a Central de Tratamento Fora do Domicílio (TFD) é acionada para que o usuário seja encaminhado a um serviço credenciado pela Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC). O serviço é destinado, também, para os casos de pacientes que são encaminhados pelo médico assistente e com agendamento programado na cidade de referência. A partir daí, o usuário poderá ser direcionado ao estado que possua os serviços necessários ao seu tratamento.

“A assistência é garantida aos usuários do SUS  quando o serviço não é prestado no estado ou é considerado insuficiente no local onde
residem”, explica Wilder Siqueira, o gerente da Central Estadual de Tratamento Fora do Domicílio.

Em Sergipe, o TFD é administrado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) e beneficiou entre os meses de fevereiro e junho deste ano o total de 844 pessoas. Somente nesse período, 391 pacientes pré e pós-transplantados receberam auxílio. Já os pacientes relacionados aos
serviços oncológicos somaram 164 beneficiados durante os primeiros meses do ano.

Segundo o gerente da Central de TDF em Sergipe, Wilder Siqueira, apenas com passagens aéreas são investidos por mês aproximadamente 400  mil reais.

Somente nos seis primeiros meses do ano, cerca de 2 milhões de reais já foram direcionados ao transporte aéreo dos pacientes. Além disso, os
usuários e seus acompanhantes recebem ajudas de custo. Entre fevereiro e junho essa ajuda de custo concedida aos beneficiados chegou a 360 mil reais.

Entre os serviços ofertados por meio do TFD estão: a atenção às pessoas com doenças raras, serviço de atenção em neurologia/ neorocirurgia, ortopedia, traumato-ortopedia,  serviço de atenção à saúde auditiva, além da radioterapia, dentre outras patologias.

Acesso

Para o paciente acessar o serviço é preciso passar, anteriormente, pelas assistências de saúde do município e da região onde reside.  O TFD é o
quarto e último nível de assistência.

Para que haja os devidos encaminhamentos e triagem, o serviço conta com a atuação de uma equipe composta por médicos peritos, assistentes sociais, serviço de emissão de passagens e ajuda de custo.

Radioterapia

Para atender a demanda existente em Sergipe e garantir assistência aos pacientes que necessitam de tratamento radioterápico, a SES, por meio do Tratamento Fora do Domicílio, encaminha alguns pacientes para Arapiraca, em Alagoas, onde eles dão continuidade ao tratamento no Complexo Hospitalar Manoel André, o Hospital Chama.

Apesar da radioterapia ser ofertada no estado (atualmente em Sergipe existem duas máquinas para atender a demanda dos pacientes oncológicos locais e até de outros Estados: a 3D no Huse e a 2D no Hospital de Cirurgia), o convênio firmado com o hospital em Arapiraca contribui para a otimização do fluxo de atendimento e para zerar a fila de radioterapia 3D em pacientes com câncer de mama. 85 pessoas já concluíram ao tratamento, amparados pelo serviço de Tratamento Fora do Domicílio.