Sergipe registra quatro casos de meningite em 2016

Em Sergipe, em 2016, foram confirmados até o momento quatro casos de meningite. Os dados atualizados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Vigilância Epidemiológica, têm como origem o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). O registro, com notificações geradas em todos os municípios sergipanos, norteia as ações desenvolvidas em todo o estado para controlar e previr novos casos da doença.

“As meningites consistem em infecções nas membranas que protegem o Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinhal) e podem ser causadas por vários agentes infecciosos (vírus, bactérias, fungos, protozoários)”, explica o médico infectologista, Marco Aurélio Góes.

Os agentes que geram maior preocupação, do ponto de vista da saúde pública, são os vírus e bactérias, sendo que as Meningites Virais, na maioria dos casos, têm sintomas mais leves, apresentando uma menor gravidade.

“Além do risco de morte, a meningite podem deixar sequelas como perdas auditivas, alterações visuais, déficits motores (paralisias)”, afirma o médico Marco Aurélio.

Dentre os sintomas mais comuns da meningite estão: febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez de nuca, vômitos e, para algumas formas da doença, podem surgir lesões avermelhadas e arroxeadas na pele. Em alguns casos, a doença pode evoluir para o rebaixamento do nível de consciência e até mesmo o coma.

De acordo com o SINAN, dos quatro casos confirmados em Sergipe, este ano, dois foram classificados como Doença Meningocócica (DM). Já em 2015, ao todo, foram confirmados 32 casos de meningite. Desse total, quatro casos foram classificados como meningite não especificada, nove como meningite bacteriana, seis como meningite viral, três casos como meningite pneumocócica, uma como meningite tuberculosa e outros dois como meningite por outras etiologias. Entre os casos de meningite bacteriana, seis foram confirmados como Doença Meningocócica (DM).
 
“Proporcionalmente, em relação ao ano passado, houve um aumento no registro dos casos da Doença Meningocócica (DM). Entre as meningites bacterianas, a DM se destaca como a principal causa da doença, representando 40% dos casos”, avalia Anna Cláudia, a referência técnica de Vigilância em Saúde da SES, para o agravo de meningite.

Segundo Anna Cláudia, como medida de controle e prevenção existe a vacinação para crianças e a quimioprofilaxia, que é indicada para casos de Doença Meningocócica. “A quimioprofilaxia é eficaz para evitar casos secundários e são destinadas aos casos de contato íntimo, com indicação de DM, que são mais contagiosas. Já as vacinas são específicas e algumas fazem parte do calendário básico de vacinação da criança. Outras estão indicadas apenas em situações de surto ou para grupos especiais de risco”, complementa.

Somente em 2015 foram aplicadas em Sergipe 31.813 doses da vacina, o que corresponde a 92,95% de cobertura. Esses dados se referem a 2ª dose da vacina, que é aplicada em crianças menores de um ano de idade.

“A vacinação contra meningite é parte da rotina de imunização da criança. Menores de um ano de idade devem tomar duas doses da vacina, a primeira delas no terceiro mês de vida e a segunda no quinto mês. Ao completar um ano e meio de vida a criança deve tomar um reforço”, explica a gerente do Programa de Imunização da SES, Sândala Teles.
 
Transmissão
 
As vias respiratórias podem ser portas de entrada para a meningite. Algumas das formas de transmissão são: tosse, espirro, compartilhamento de objetos de uso pessoal e o contato íntimo.
 “A manifestação mais grave é a Meningite bacteriana. Ela ocorre geralmente quando a bactéria entra na corrente sanguínea e migra até o cérebro”, complementa a referência técnica em meningite da SES, Anna Cláudia. 

Já a meningite viral pode ser causada por diversos tipos de vírus e é a forma mais comum e menos perigosa. Os vírus causadores da meningite podem ser transmitidos via alimentos, água e objetos contaminados e são mais comuns entre o fim do verão e o começo do outono.

Prevenção

Como a principal forma de transmissão da meningite ocorre de pessoa para pessoa, é preciso adotar algumas medidas simples para prevenir a doença. Algumas delas são: lavar as mãos frequentemente (elas são a principal porta de entrada para muitas doenças), não compartilhar itens de uso pessoal com outras pessoas, estar atento aos cuidados com o sistema imunológico e cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar.

Além disso, o infectologista Marco Aurélio Góes ressalta que outra medida eficaz é manter o ambiente arejado e com boa iluminação natural. “Essa medida dificulta a transmissão de todas as formas, do mesmo jeito que aglomerados, ambientes com pouca ventilação podem favorecer a transmissão”, destacou.

No entanto, caso haja suspeita da doença é preciso buscar, com urgência, o serviço de saúde mais próximo. A partir da avaliação médica o paciente poderá ser transferido para o hospital de referencia da região. “As meningites são doenças que precisam ser adequadamente avaliadas, e a grande maioria necessita de internação hospitalar para a realização do tratamento”, finaliza o médico infectologista.

Fonte: SES

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