SAÚDE


Brigada itinerante de combate à dengue inicia trabalhos por Monte Alegre


 


Foto: Márcio Garcez/Saúde


 


Cento e dez agentes de endemias e uma missão: eliminar o maior número possível de criadouros domésticos do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. O grupo, que integra a brigada estadual de combate à dengue, partiu de Aracaju no início da manhã de terça-feira, 20/1, rumo ao município de Monte Alegre, no Alto Sertão sergipano. Distribuídos em dois ônibus e um microônibus, eles chegaram à cidade por volta das 8h30min e lá permaneceram até o final da tarde, para visitar os quase dois mil imóveis localizados na sede do município.


 


A ação marca o início dos trabalhos do grupo itinerante que faz parte da brigada estadual formada, ao todo, por 600 agentes contratados no final de 2008 pelo Governo de Sergipe e capacitados através do Núcleo de Endemias da Secretaria de Estado da Saúde. “Os demais profissionais, aproximadamente 500, residem no próprio município onde vão desenvolver, diariamente, a tarefa de controle do vetor”, explica Sidney Sá, coordenadora do Núcleo da SES, destacando que a brigada cobre os 75 municípios sergipanos.


 


Em Monte Alegre, o trabalho contou com a ajuda dos seis agentes locais de endemias, que, por conhecerem a região, orientaram a equipe itinerante. Além dos procedimentos técnicos, os brigadistas usaram a informação como arma contra o mosquito. “Não basta a gente entrar na casa da pessoa, verificar os reservatórios de água, colocar o larvicida e ir embora. É importante também deixar orientações para reforçar a necessidade de participação da população, porque sem ela fica difícil vencer essa guerra”, disse a agente de endemias Jussara Feitosa Teles.


 


A dona-de-casa Geilza Santana Souza garantiu que a vigilância contra o mosquito na sua residência é constante. Em 2008, período em que foi registrada epidemia em Sergipe, ela e sua filha de 13 anos contraíram o vírus da dengue. “O quadro não se agravou, fizemos o tratamento direitinho e, graças a Deus, ficamos bem, mas não quero passar por isso de novo e nem quero que ninguém passe. Por isso, já mandei retirar do muro os cacos de vidro, os reservatórios deixo sempre cobertos e os vasilhames de água dos animais que crio lavo todos os dias”, afirmou dona Geilza, que mora com o marido e seis filhos.


 


Na residência da aposentada Maria Miralda dos Santos, 72 anos, ninguém foi infectado pelo vírus da dengue, o que para ela não é motivo para “relaxar” e esquecer dos cuidados no combate ao mosquito. “Tento seguir todas as orientações dos agentes e minha casa estará sempre aberta para que eles façam o seu trabalho”, contou a idosa, que vive com uma filha e um neto de quatro anos.


 


Segundo a coordenadora do Núcleo de Endemias da SES, Sidney Sá, mesmo com a divulgação de informações, ainda é comum encontrar moradores que resistem à visita dos agentes de endemias. “Alguns chegam a permitir a entrada do profissional, mas implicam na hora que o agente vai colocar o larvicida na água armazenada”, relata a bióloga, que garante que o produto químico utilizado não contamina a água. “Trata-se de um larvicida testado e aprovado pela Organização Mundial da Saúde. Não representa risco algum para o ser humano quando colocado nos reservatórios”, destaca.


 


Parceria


Para enviar a brigada itinerante até algum município, a Secretaria de Estado da Saúde se baseia em alguns critérios, que foram pactuados com os secretários municipais de Saúde durante a primeira reunião do ano sobre o assunto.


 


Entre os critérios está o trabalho de rotina dos agentes locais. “Sabemos que existem municípios com dificuldades para garantir a tarefa contínua de combate à dengue. Porém, a população não pode esperar. O verão está aí e, com ele, as chuvas esporádicas, que favorecem o acúmulo de água em qualquer recipiente limpo”, afirmou a coordenadora do Núcleo de Endemias.


 


Outro critério empregado corresponde ao índice de infestação do mosquito que, conforme orientação do Ministério da Saúde, acima dos 3% já classifica o município como de alto risco. Para se ter uma idéia, o índice apresentado por Monte Alegre é de 8%.  Outras cidades sergipanas também estão nessa situação, e a brigada estadual vai visitá-las uma a uma. Na quarta-feira, 21/1, o grupo segue para Pinhão, e na quinta, 22, a equipe se desloca para Riachuelo. Nos dias 26 e 27 será a vez de Laranjeiras receber os brigadistas, e nos dias 30 e 31 será Pirambu.