Presidente da Saese destaca importância do anestesista para a segurança de pacientes em procedimentos dentro e fora de centros cirúrgicos

No dia 16 de outubro é comemorado o Dia do Anestesiologista. Nesta data, foi documentada a primeira intervenção cirúrgica realizada sob anestesia geral no ano de 1846. Apesar dos avanços da medicina, muitos pacientes ainda têm medo de anestesia. Mas o presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado de Sergipe (Saese) e da Cooperativa dos Anestesiologistas de Sergipe (Coopanest), Milton Simões, destaca que a capacitação dos profissionais vem aumentando a segurança dos pacientes. “Passar por um procedimento cirúrgico hoje é muito diferente de 10 ou 20 anos atrás. As coisas evoluíram muito, as drogas são mais modernas e o anestesista hoje é mais engajado na parte científica e na parte de resultados cirúrgicos, aumentando a segurança do paciente”.

O presidente da Saese e Coopanest ressalta ainda a importância do profissional nos procedimentos médicos, os avanços da especialidade, enfatizando a importância da consulta pré-anestésica, as condições de trabalho e os desafios da profissão. “A anestesia, por si só, é uma especialidade médica relativamente recente, mas que evoluiu a passos largos nesses últimos anos. Então, temos que comemorar a ampliação do campo de trabalho do anestesista, o envolvimento do anestesista na equipe multidisciplinar, a evolução no campo da dor, no pré-operatório e pós-operatório”, afirma.

Ainda segundo Milton Simões, o anestesiologista é essencial na equipe para a segurança dos procedimentos cirúrgicos. “Está totalmente inserido na equipe médica porque está envolvido desde o preparo pré-operatório, onde avalia todas as condições clínicas e físicas do paciente; no intraoperatório também há a necessidade da participação do anestesista e até no resultado cirúrgico pós-operatório, de acordo com a técnica, com as necessidades do paciente para tal procedimento; e no acompanhamento cirúrgico pós-operatório, tanto na analgesia, quanto na condição clínica pós-operatória e a alta hospitalar de forma rápida e segura”, salienta o presidente.

Milton também destaca a importância da Saese e da Coopanest para a atuação dos anestesiologistas em Sergipe. “Sempre promovemos cursos de aprimoramento em inúmeros setores da anestesia, como monitorização, via aérea, capacitação em determinadas áreas, suporte avançado de vida. Isso aprimora e conduz a um melhor conhecimento do anestesista em relação ao seu trabalho. Além do apoio técnico da cooperativa, que em determinados hospitais leva equipamentos que melhoram a qualidade do serviço e aprimoram a condição clínica do paciente. São mantas térmicas, aparelhos de ultrassom, entre outros. Isso tudo é feito com o apoio da Cooperativa e a Secretaria Estadual de Saúde”, ressalta.

Consulta pré-anestésica

Outro assunto discutido pelo presidente foi a importância da consulta pré-anestésica. “A gente está tentando inserir o serviço público de saúde nesse contexto pré-operatório. Isso ajuda a diminuir custos, principalmente quando se suspende uma cirurgia por falta de condição clínica do paciente, onde podemos evitar isso tudo no pré-operatório e reduzir os índices de problemas e acidentes adversos durante a cirurgia com esse tipo de conduta”, detalha.

Condições de trabalho

Com relação às condições de trabalho dos anestesistas no serviço público, o presidente destaca que houve muita evolução, mas ainda está aquém do desejado. “Se for pegar o serviço particular e o serviço público as condições de trabalho são outras, são bem diferentes, mas melhorou muito as condições no SUS ao longo dos anos. Não restam dúvidas de que as coisas melhoraram. Mas, é preciso reconhecer que na realidade do nosso Estado o serviço público de anestesia conta com o apoio da Coopanest/SE, que é o impulsionador na qualidade do serviço público hospitalar em Sergipe, em parceria com a Secretaria de Saúde e com o Governo do Estado, para que o atendimento em anestesia seja de excelência”, explica.

Já sobre o que ainda precisa ser melhorado, Milton afirma que há a necessidade dos equipamentos mais modernos e também a melhora na fila para realização de procedimentos. “Equipamentos evoluíram bastante, mas cirurgias de alta complexidade precisam de equipamentos que nem sempre estão disponíveis nos hospitais públicos. A fila de procedimentos também é um desafio, pois ainda é muito grande. Há pacientes que tem uma piora antes de chegar ao procedimento cirúrgico por falta de leito hospitalar, por falta de acompanhamento. Precisamos de mais hospitais, de mais leitos, de mais profissionais de apoio. É isso que ainda falta no serviço público”, frisa.

Desafios da Profissão

Dr. Milton também destaca que principais desafios da profissão estão dentro do mercado atual. “A gente tem que pensar no anestesista dentro e fora do centro cirúrgico. Dentro do centro cirúrgico, a sua atividade está bem definida, mas tem um novo campo que é fora do centro cirúrgico: os procedimentos ambulatoriais, as sedações, os serviços de endoscopia, colonoscopia, ressonância, tomografia, que você necessita do anestesista. Hoje é um desafio mostrar que o anestesista é o médico mais indicado para qualquer procedimento de sedação fora do centro cirúrgico”, pontua.

“Tentamos disseminar o selo Saese, selo SBA ou selo de segurança do paciente, de que vai ser sedado por um especialista em sedação, que é o anestesiologista. Ainda tem a inserção do anestesista dentro da equipe multidisciplinar, que vai trazer o melhor resultado possível no desfecho pós-operatório, levando uma alta hospitalar mais rápida e diminuindo custos”, finaliza Milton Simões.