Prefeitura intensifica controle de zoonoses na capital


Fotos: Lízia Martins


Para quem cria gato ou cachorro de estimação, cuida e se preocupa com a saúde deles e da própria família, sabe a importância do trabalho realizado pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). A unidade, ligada à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), é responsável pelo controle de doenças dos animais, resguardando principalmente o homem, que pode ser atingido por elas.


Pensando justamente na saúde da população, o CCZ está intensificando o combate ao calazar, ou leishmaniose, doença que acomete cães e gatos e pode ser transmitida ao homem. De acordo com a coordenadora do CCZ, Gina Blinoffi, o número de agentes atuando em diversos bairros da capital foi ampliado.


“Alguns bairros podem se transformar em áreas de transmissão de calazar, o que é um fator preocupante para a Secretaria Municipal de Saúde e tem provocado um trabalho de controle redobrado”, informa a coordenadora, acrescentando que os animais doentes são recolhidos e eutanasiados.


A intensificação dos trabalhos da equipe do CCV trouxe resultados positivos em 2007. Não houve, por exemplo, nenhum caso suspeito de raiva, em caninos ou felinos. Houve apenas um caso em ovino encontrado no bairro Coroa do Meio, em animal oriundo do Estado de Alagoas, que já chegou à cidade infectado.


“Mesmo sabendo dessa redução do número de casos de raiva no ano passado, nós continuamos tomando todas as providências no sentido de controlar focos, vacinar todos os animais, além de realizar um trabalho educativo nas unidades de saúde e divulgar possíveis casos para a população”, destaca Gina Blinoffi.


Em relação à esquistossomose, o CCV também registrou diminuição no número de pessoas infectadas em 2007. Ainda de acordo com Gina, o ano passado foi mais tranqüilo do que 2006, quando foram detectados muitos casos da doença, principalmente no bairro Santa Maria.


Atendimento


O Centro de Controle de Zoonoses atende a população de duas maneiras: recolhendo animais abandonados na rua e também recebendo a comunidade para orientar, encaminhar e resolver o problema, a depender do caso. Para a aplicação da vacina anti-rábica, que é gratuita, a coordenadora conta que houve grande procura em 2007. O serviço já faz parte da rotina do Centro, que imuniza mensalmente cerca de 60 animais.


“A maioria dos animais já chega em estado terminal, principalmente por leishmaniose. Mas recebemos também animais com leptospirose, sinomose (doença não transmissível ao homem), parvovirose, problemas dermatológicos e parasitários, ectoparasitas (carrapatos, pulgas) e endoparasitas (verminoses)”, explica Gina.


Depois de receber e avaliar o animal, os funcionários do CCZ orientam o proprietário, mas o tratamento não é realizado no local. Somente em casos terminais, é feita a eutanásia. Além disso, quando o dono não mais deseja o animal, por questão de mudança de casa para apartamento, agressividade, entre outros casos, o Centro de Zoonoses recebe o animal, que passa por exame de leishmaniose e recebe vacina anti-rábica.


Quando esse animal não apresenta maiores problemas, ele é encaminhado para adoção. “É muito acanhada a procura para adoção. A maioria dos animais disponíveis vai para entidades de proteção aos animais. Infelizmente a população ainda não busca muito esse serviço e quando vem geralmente quer um animal de raça, de porte pequeno, que seja mais companhia e não apresente problemas de saúde. Querem adotar, mas não querem arcar com nenhuma despesa”, explica Gina Blinoffi, acrescentando que grande parte dos animais disponíveis para adoção não tem raça definida, são os chamados ´vira-latas´.