Outubro Rosa: oncologista fala sobre prevenção e tratamento do câncer de mama

O movimento conhecido como Outubro Rosa nasceu nos Estados Unidos, na década de 1990, para estimular a participação da população no controle do câncer de mama. A data é celebrada anualmente com o objetivo de compartilhar informações sobre o câncer de mama e promover a conscientização sobre a importância da detecção precoce. O Canal Viva Bem traz o oncologista clínico da Onco Hematos, Thiago Menezes, para falar sobre a prevenção e o tratamento dessa doença que atinge tantas mulheres, inclusive homens.

O oncologista clínico da Onco Hematos, Thiago Menezes, ressalta que o câncer de mama é cada vez mais comum no dia a dia e é mais prevalente nas mulheres em todo o Brasil. “Essa doença quando é diagnosticada precocemente, é uma doença curável. Só com alerta, orientação e com mudanças nos hábitos alimentares e estilo de vida, conseguimos reduzir em 30% dos casos de câncer. Em mulheres, a cada quatro que são diagnosticadas com câncer, uma é da mama, e infelizmente a realidade no Brasil como em países em desenvolvimento só fazemos diagnóstico dessa doença quando já está avançada, onde as taxas de cura ficam prejudicadas e ainda tem o ônus para a sociedade e para a família”, destacou.

Diante disso, é essencial fazer uma alerta e o mês escolhido foi Outubro, pois é preciso entender que quanto mais cedo diagnosticada a doença, mais chance de curar. O oncologista explica que o câncer de mama pode ser desenvolvido por diversos fatores. “Existem os fatores genéticos, mas só representam apenas 10% dos casos. O que mais aumenta a incidência do câncer são os fatores hormonais da mulher, o aumento da idade, o estilo de vida, ou seja, quem é obeso, sedentário, que fuma e até ter filhos depois dos 30 anos pode aumentar a chance de ter câncer de mama. Então não é só um fator, é um conjunto de fatores”.

Com o avanço da tecnologia, o acesso à saúde e as novas armas de diagnóstico veio o maior envelhecimento da população. “A população que vivia em média 50 anos, hoje possui uma média de 75 anos e isso pode trazer, por si só, um maior risco de células doentes ou patológicas que desenvolvem câncer. Mas o mais importante é que já temos um esquema de rastreamento que consegue fazer o diagnóstico precoce que tem taxas de cura de 95%. Então o mais importante e fazer a prevenção, fazendo atividades físicas regularmente, uma dieta saudável pobre em gordura, pobre em açúcar, evitar ficar obeso e sedentário e tudo isso pode ser feito pela própria vontade da mulher e continuar fazendo o rastreamento através da mamografia a partir dos 40 anos e em mulheres que possuem histórico familiar, realizar a mamografia antes”, explicou o oncologista.

Thiago Menezes ainda destaca que a questão do autoexame é importante para a mulher se conhecer, mas não é eficaz como a mamografia. “O rastreamento com o autoexame não é suficiente, ele ainda é falho, porque ele só identifica um tumor acima de 2 centímetros, o que é considerado um nódulo avançado e que pode ao longo do tempo ir se disseminando ou aumentando. Então a melhor maneira é fazer a mamografia, que pelo Ministério da Saúde, a partir dos 50 anos, todas as mulheres precisam fazer a mamografia a cada dois anos.Mas em nosso consultório, quando a paciente tem um histórico familiar, nós antecipamos esse rastreamento para as mulheres a partir dos 35 anos”, afirmou.

Ainda segundo o oncologista, os tratamentos disponíveis são variados, mas o principal é a cirurgia. “A depender do estágio da doença, pode ser realizada a quimioterapia e a radioterapia, que são tratamentos mais longos. No caso de doença mais avançada, que não seja caso cirúrgico, nosso maior tratamento é por meio de quimioterapia. Infelizmente o acesso a radioterapia é demorado e existem algumas drogas no mercado que demora a chegar no país, mas hoje o tratamento avançou muito em relação a 10 anos atrás”, finalizou.