A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou nesta segunda-feira (16) realização de um exame de ultrassonografia entre a 18ª e a 20ª semanas de gestação a todas as grávidas que residam em regiões afetadas pelo vírus da zika para descartar anomalias cerebrais no feto, principalmente a microcefalia.
A agência de saúde das Nações Unidas atualizou hoje suas recomendações para detectar a possível infecção do vírus da zika em mulheres grávidas e tratá-las caso o diagnóstico seja confirmado.
"É recomendada a ultrassonografia às grávidas que vivem em regiões onde há transmissão do vírus da zika para detectar e tratar ou descartar anomalias cerebrais no feto, especialmente a microcefalia", diz o documento.
"Todas as mulheres deveriam ter a possibilidade de fazer uma ultrassonografia para detectar possíveis anomalias entre as semanas 18 e 20, efetuada por um profissional com experiência no diagnóstico pré-natal", acrescenta.
O texto explica que mesmo se na ultrassonografia não for observada microcefalia ou anomalias cerebrais, é preciso continuar o atendimento pré-natal habitual às mulheres que tenham apresentado sintomas clínicos e tenham dado negativo nos exames de detecção do vírus da zika.
"A recomendação é realizar uma segunda ultrassonografia no final do segundo trimestre ou no início do terceiro (de preferência entre as semanas 28 e 30) para detectar uma possível microcefalia ou outras anomalias cerebrais já que nesse momento são muito mais fáceis de identificar".
"Esta segunda ultrassonografia é recomendada porque a mãe pode apresentar uma infecção que afeta o feto, apesar de ter dado negativo em um primeiro exame e não terem sido encontradas anomalias na primeira ultrassonografia", especifica o documento.
A sugestão da OMS é realizar exames de detecção do vírus da zika em grávidas que apresentam sintomas ou sinais indicativos da infecção.
Se possível, deve ser considerada a possibilidade de realizar uma amniocentese quando a gestante tiver dado negativo no exame de detecção do vírus, mas com anomalias cerebrais observadas no feto em uma ultrassonografia.
Desde que o Brasil anunciou no ano passado um surto do vírus da zika, mais de cem países detectaram a doença, que é assintomática no 85% dos casos. No entanto, foi identificado um aumento exponencial de casos de microcefalia em bebês cujas mães tinham sido infectadas com o vírus e de Síndrome de Guillain-Barré (disfunção neurológica).
A OMS ainda não confirmou a relação direta, embora assuma que há "consenso científico entre a causa e a consequência", de acordo com o texto divulgado.
Para evitar a possível transmissão sexual do vírus de zika, os parceiros das grávidas que vivem em regiões de transmissão ou retornem delas devem adotar práticas sexuais mais seguras (uso sistemático de preservativos) ou evitar relações sexuais durante a gravidez, lembra o documento.
Fonte: G1/Bem Estar