Nova tecnologia garante mais segurança em transfusões no HUSE


Desde a última sexta-feira, 22, o Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (HUSE) utiliza uma nova tecnologia para a realização de testes sanguíneos na Agência Transfusional. Trata-se do Gel Teste ou gel centrifugação, método que garante maior segurança às transfusões de sangue feitas naquela unidade hospitalar. A implantação concede ao HUSE o status de primeiro hospital público de Sergipe a dispor desse sistema.


Desenvolvido na Suíça e adotado atualmente em todo o mundo, o novo método padroniza e automatiza toda a rotina da Agência, possibilita leituras objetivas e reações estáveis por 48 horas ou mais e garante maior segurança aos testes de compatibilidade do grupo sanguíneo e fator RH do paciente. Essa tecnologia permite ainda que os resultados sejam escaneados e fotografados para serem anexados ao prontuário.


“Estamos produzindo um novo padrão de qualidade ao serviço da Agência Transfusional do HUSE”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Rogério Carvalho. Ele acrescenta que a iniciativa atende a um dos itens contemplados pelo padrão de integralidade instituído na Reforma Sanitária e Gerencial do SUS, relacionado à qualidade dos insumos – medicamentos e materiais médico-hospitalares – utilizados nas unidades de saúde do Estado.


Automatizado


A médica Conceição Passos, coordenadora do Núcleo Técnico e Apoio Operacional do HUSE, destaca que a principal vantagem da nova tecnologia está relacionada à segurança. “Ele elimina possíveis falhas humanas quanto à interpretação dos resultados e possibilita checar, de forma mais segura, se o grupo sanguíneo e o Fator RH do sangue a ser aplicado são realmente compatíveis com o paciente que irá receber a transfusão”, explica.


Segundo ela, ao contrário da tecnologia até então utilizada, o novo sistema é totalmente automatizado, composto por equipamentos ajustáveis, sem a necessidade de intervenção humana. “No método antigo, a velocidade, temperatura e homogeneização dos equipamentos dependem muito da subjetividade do técnico que manipula o aparelho”, comenta a médica.


Outras vantagens


De acordo com José Roberto Santos, gerente da Agência Transfusional do HUSE, a implantação desse sistema era uma reivindicação antiga dos técnicos do setor, mas atendida somente agora na atual gestão da Secretaria de Estado da Saúde. “Outro diferencial é que ele também faz a pesquisa de anticorpos irregulares (PAI), essencial mesmo depois de verificada a compatibilidade do grupo sanguíneo e do Fator RH”, frisa o gerente.


“Além de incorporar um conceito inteiramente novo em imuno-hematologia, o sistema traz ainda vantagens como a racionalização do tempo de trabalho e dos insumos, a exemplo dos tubos de ensaio e soros reagentes”, garante José Roberto. Para que a nova técnica fosse empregada no HUSE, 23 técnicos laboratoristas – especializados em hematologia – foram submetidos a treinamento específico.