Mudança de hábitos e consumo consciente auxiliam equilíbrio financeiro

O economista e vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Tiradentes, Saumíneo Nascimento dá dicas de como manter as finanças em ordem

Máscaras faciais, isolamento social e uso frequente de álcool gel são hábitos comuns a todos que estão enfrentando a pandemia da Covid-19. A nova rotina inclui, também, reorganização financeira diante de um cenário de incertezas econômicas e sociais.

Números divulgados nesta quarta-feira (27) mostram que, por causa da crise causada pelo coronavírus, o mês de abril registrou 1,46 milhão de demissões de empregados com carteira assinada no País — um aumento de 17,2% em relação a abril de 2019. Já as admissões registraram queda de 56,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Diante dessa realidade, manter as contas em dia é uma necessidade, mas como economizar com mais horas em casa, crianças sem aula e home office?

Para o economista e vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Tiradentes, Saumíneo Nascimento, é preciso racionalizar o consumo e evitar gastos impulsionados pelas emoções do momento.

“Agora, mais do que nunca, é hora do consumo consciente. Racionalizar as contas de água, energia, telefone e internet, evitar os desperdícios, verificar alternativas de planos de internet mais baratos são algumas medidas. As operadoras estão oferecendo pacotes mais baratos. Não podemos deixar que o emocional direcione o consumo, pois, em geral, as compras da casa aumentaram por maior demanda de alimentos e de medicamentos, porém deixamos de consumir outros itens como roupas, lazer”, ensina.

Organização com planilhas

Outra dica é o uso de planilhas e a busca por renegociação de dívidas junto a instituições financeiras. “É o momento de usar a planilha de acompanhamento de gastos e analisar a sua evolução mês e construir a linha de restrição orçamentária, que é o seu limite de gastos de acordo com a renda líquida. Quem teve perda de renda, é interessante negociar dívidas de acordo com a realidade que está vivendo no momento”.

Saumíneo destacou o índice de desemprego e alertou para a mudança cultural de se gastar menos do que se ganha. Dessa forma, é possível poupar.

“Seguindo um consumo consciente, reduzindo a propensão a consumir e analisando as diversas opções de investimentos, é possível fazer o dinheiro render. Aproximadamente 70% das famílias brasileiras possuem despesas mensais superiores aos rendimentos, e gastar dentro da linha de restrição orçamentária exige mudança de cultura. Além disso, já temos consequências da pandemia, pois mais de um milhão de empregos com carteira assinada desapareceram”.

Assim como é preciso paciência para ultrapassar a pandemia e as limitações impostas por ela, também é necessário parcimônia na hora de mexer no bolso. Com educação financeira, é possível, sim, atravessar o isolamento social sem dívidas.

“Educação financeira, mudança de cultura, resiliência, compartilhamento de tarefas e atividades que utilizem seu tempo sem precisar gastar recursos. Precisa fazer as escolhas certas e adequadas do que consumir e gastar e evitar endividamentos excessivos”.

 Assessoria de Imprensa/Unit