A Semana Mundial de Saúde, comemorada de 7 a 10 de abril, será aberta com manifestações da classe médica em todo o país, pela valorização do Sistema Único de Saúde (SUS) e do trabalho médico. Aqui em Sergipe, a mobilização começa às 7h30, na porta do Ipesaúde, em apoio ao movimento da categoria que trabalha no instituto, por melhores salários e condições de trabalho. As informações foram passadas pela diretora da Sociedade Médica de Sergipe (Somese), Tânia Andrade, que integra a Comissão Estadual Pró-SUS. “Nenhum outro país do mundo tem um sistema de saúde igual ao Brasil. O SUS atende a todos, independentes de classe social. Todos os brasileiros têm acesso a exames, medicação e tratamento. Se ele não funciona à contento é por falhas de gerenciamento”, declara a médica. Além dela, a comissão estadual conta com os médicos José Helton Monteiro, representante do Sindicato dos Médicos; e Roosevelt Ferreira de Oliveira, do Conselho Regional de Medicina de Sergipe. A manifestação retoma as atividades do Dia Nacional de Protesto, realizado pelas entidades médicas em 21 de novembro do ano passado. De acordo com as entidades médicas, de lá para cá não houve nenhum gesto de boa vontade do governo federal em atender aos apelos da sociedade na solução dos problemas do setor de saúde. A Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam) ressaltam que a valorização do SUS e do trabalho médico é a solução para garantir a assistência médica e o correto financiamento público. Segundo as entidades, o Sistema Único de Saúde (SUS) é o mais bem concebido e montado do mundo, só que não funciona de maneira adequada no País. “O principal motivo é falta de investimentos. Os recursos não são suficientes para atender bem toda a população brasileira. O outro problema é de gestão”, destaca Tânia Andrade. Preocupada com esta situação, a classe médica começou um movimento através de suas maiores entidades – AMB, Fenam e CFM – criando comissões nos Estados e a Comissão Nacional Pró-SUS, formada por representantes das entidades estaduais e nacionais. A partir daí foi iniciado um processo de mobilização junto à classe e a população com o objetivo de mudar este cenário. “A população precisa exigir mudança, e a através da pressão o governo poderá ceder”, reforça a diretora da Somese. NOTA OFICIAL Aos médicos e ao povo brasileiro No próximo dia 17 de abril, em Brasília, os médicos brasileiros realizarão Ato público no Congresso Nacional para chamar a atenção da sociedade e das autoridades constituídas para a grave situação em que se encontra a atenção à saúde pública em nosso país. A regulamentação da Emenda Constitucional 29 ainda não foi aprovada no Congresso Nacional por falta de empenho do Governo Federal. A não regulamentação significa que a perda anual do setor de saúde será de cerca de 20 bilhões de reais. Nós, médicos, temos compromisso histórico com uma atenção à saúde e um SUS de qualidade. Entretanto, ao atingirmos duas décadas de promulgação da Constituição que assenta os fundamentos do SUS, deparamo-nos com sérias deficiências na assistência à saúde prestada ao cidadão brasileiro, que necessitam imediata solução. As entidades médicas têm reiteradamente manifestado suas apreensões e apontado que a valorização do SUS e do trabalho médico é a solução para garantir a assistência médica em todos os rincões do país. O orçamento do SUS, com a regulamentação da EC 29, constitui fator fundamental para a consolidação da assistência necessária à saúde do povo brasileiro. Lutamos por um serviço público eficiente na área da saúde, com gestão competente e financiamento adequado; melhor estrutura, para melhor atendimento; reajuste nos honorários da tabela SUS; carreira de Estado e implantação de Plano de Cargos e Salários para os médicos atuantes no SUS. Movimento de valorização do SUS e do trabalho médico