Em sua primeira gestação Oscaricélia Barreto, 36, tinha o desejo de ter seu bebê por parto normal, mas foi surpreendida com o diagnóstico de hipertensão, o que fez a gestação ser considerada de alto risco. Encaminhada à Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), a paciente foi avaliada e medicada. “Aos poucos minha pressão normalizou e entrei em trabalho de parto normal”, relatou.
Aliadas aos protocolos já adotados, as estratégias de humanização do parto normal fizeram desse momento uma ocasião especial. “Tive a possibilidade de receber os cuidados das doulas. Até então, desconhecia esse trabalho que foi tão importante para o meu bem estar. Além disso, tive ao meu lado a minha tia, que me acompanhou durante todo o tempo, me deixando mais segura”, avaliou a paciente.
Massagens, posicionamentos e outras técnicas não farmacológicas de alívio da dor auxiliaram o trabalho de parto de Oscaricélia. “Foi uma experiência maravilhosa. As técnicas realmente me proporcionaram mais conforto, além de ter me deixado mais tranquila”, destacou.
“O parto normal humanizado integra as diretrizes da Política Nacional de Humanização. Muitas práticas que beneficiam a gestante e o bebê já vêm sendo adotadas aqui na maternidade. Inclusive a unidade é credenciada pela Rede Cegonha, que preconiza as boas práticas de saúde, dentre elas o parto humanizado”, disse o superintendente da MNSL, André Nascimento.
A obstetra e coordenadora de internamento e centro cirúrgico da ‘Lourdinha’, Alba Patrícia, destaca algumas das medidas já executadas na unidade. “Reduzimos o índice de episotomia (corte no períneo, para facilitar a saída do bebê). Além disso, há a atuação de doulas dentro do centro cirúrgico, somada a utilização de bolas, massagens e chuveiro com água morna, que são algumas das formas não farmacológicas de alívio da dor”, frisou.
De acordo com a médica, as práticas ocorrem conforme avaliação médica e diante das possibilidades estruturais da unidade. Em relação a posição do parto, na maioria das vezes é realizado na mesa (com a mulher deitada), mas em alguns casos é possível utilizar a banqueta. Também há casos em que os partos ocorrerem no próprio leito, assistido pelo médico ou pelo enfermeiro obstetra. Entre as variantes para definição da posição do parto normal está o conforto da paciente.
“Essas técnicas de humanização aceleram o trabalho de parto, promovem o alívio da dor e o maior conforto da mulher, a partir de posições estratégicas que podem facilitar a saída do bebê”, esclareceu a obstetra Alba Patrícia.
A paciente Oscaricélia pode vivenciar esses benefícios. “É minha primeira gestação, mas tenho convicção de que é o melhor para a mãe e para o bebê, inclusive porque após o parto há uma sensação de bem estar. Não sofremos com outros sintomas e a recuperação é tranquila”, avaliou.
Além disso, outro fator relevante ao processo de humanização no parto é o contato pele a pele da criança com a mãe imediatamente após o parto, que também já é procedimento adotado pela MNSL, assim como o estímulo à amamentação.
Método Canguru
O recém nascido de baixo peso também recebe atenção humanizada na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes. “A ‘Lourdinha’ foi certificada em 2014, pelo Ministério da Saúde, como Referência Estadual para a Atenção Humanizada ao recém-nascido de baixo peso – Método Canguru”, ressaltou o superintendente da MNSL, André Nascimento.
O Método Canguru valoriza o contato pele a pele entre o recém-nascido de baixo peso e seus pais. Entre os benefícios gerados estão a alta precoce e o favorecimento da construção do vínculo entre pais e filhos.
A assistência implantada de forma inédita em Sergipe para beneficiar os Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) é dividida em três etapas. Durante todo o processo, os recém nascidos e seus familiares são acompanhados por uma equipe multiprofissional.
Doulas
O projeto "Doulas – amigas do parto" é desenvolvido na ‘Lourdinha’ desde 2010. As voluntárias são treinadas para acompanhar as pacientes e auxiliar na preparação dessas gestantes para o parto normal.
“Nas enfermarias, elas atuam ensinando métodos não farmacológicos para alívio da dor, acolhendo e ajudando a diminuir os medos e angústias das gestantes. Essa ação ocorre tanto no centro obstétrico, com massagens, exercícios respiratórios, posicionamentos que ajudam no trabalho de parto normal, quanto nos próprios leitos de internamento, com o acolhimento”, esclareceu a psicóloga Silvia Anjos.
Fonte: Ascom SES
Foto: Arquivo SES