Um novo conceito arquitetônico, ao poucos está sendo adotado por hospitais brasileiros. Muitos chegam a superar o luxo e conforto de hotéis cinco estrelas. O assunto foi discutido durante almoço na Sociedade Médica de Sergipe, dia 4/10. O arquiteto Lauro Michelin, sócio da empresa L+M Gets, responsável pelos projetos arquitetônicos e implantação de mais de 40 hospitais Unimed no Brasil fez a apresentação da nova concepção que reforça inclusive o turismo. “Há muitos europeus que, ao se aposentar, estão adquirindo imóveis no Nordeste brasileiro e ofereceu uma saúde de qualidade é fator que eles observam”, explicou o arquiteto. Michelin está à frente do plano de reforma e ampliação do Hospital Unimed, em Sergipe. “A escolha da L+M Gets foi feita após uma avaliação de diversas empresas, em nível nacional e decidimos por ela, pela experiência de quase 20 anos que possui no mercado. A empresa elaborou a concepção do projeto e fará o acompanhamento da obra”, informou o diretor presidente da Unimed, Carlos Alberto Barreto de Mendonça, ao fazer a apresentação do arquiteto aos presentes ao almoço. Atualmente, de acordo com Carlos Alberto Barreto, o Estado possui 96% de resolutividade em serviços de saúde, o que revela a qualidade do setor. “Nem mesmo o Estado de São Paulo possui um percentual como este”, frisou ele. “Não há dúvidas que hoje, Sergipe oferece serviços de saúde de qualidade”, complementou. A reunião contou com a presença do secretário-adjunto da Indústria e Comércio, Alexandre Porto. Segundo ele, é preciso haver mais discussão sobre a qualidade na saúde do Estado, para que seja divulgado de fato o que há para oferecer aos turistas. “O papel do governo é apoiar a produção e estrutura para que possamos vender de fato o que temos para oferecer”, comentou ele, que esteve representando o titular da pasta, Jorge Santana. O ambiente hospitalar agradável, explicou Michelin, desempenha papel importante para melhorar a qualidade de vida do paciente enquanto ele estiver doente. Ele citou pesquisas na área de psicologia ambiental que mostram como a cor afeta o metabolismo. “Várias pessoas foram colocadas olhando para uma superfície vermelha e tiveram sua pressão arterial e seus batimentos cardíacos medidos. Depois de um tempo, aquela contemplação provoca um estímulo que acelera os batimentos e a freqüência cardiorespiratória. Também está provado que alguns azuis tendem a diminuir a freqüência cardíaca e respiratória”, diz. Além de médicos e diretores da Somese, o almoço foi prestigiado pelo diretor de Negócios Coorporativos da Unimed, Lúcio Prado Dias, o superintendente do Hospital Unimed, Alvimar Rodrigues Moura, e também os conselheiros da cooperativa médica, Ricardo Barbosa e Adelson Severino Chagas. Hotéis como modelo “Todos os hospitais que querem melhorar dizem que desejam ser como hotéis. Daqui para a frente, são os hotéis que têm que morrer de inveja dos hospitais”, provoca o arquiteto Lauro Michelin. Segundo ele, é “uma loucura” o fato de uma pessoa sadia ter todo o conforto em um hotel, enquanto um paciente que chega debilitado ao hospital fica num ambiente hostil, sem estímulo visual e sem ergonomia no mobiliário. O arquiteto diz que os cuidados para projetar hospitais vão além dos que são tomados nos hotéis. “Soma-se a complexidade de uma hotelaria à complexidade da atenção médica. Até a luz, se não for adequada, interfere na visualização da cor da pele do paciente, que deve ser a mais fiel possível”, exemplifica. As cores de um ambiente de saúde, segundo Michelin, devem ser amenas, com tons vivos em pequenos objetos, para que haja estimulação visual. “Não é porque é um hospital que tem que ser branco. Aliás, o branco, no Brasil, pode ser péssimo. É uma cor que faz a reflexão completa da radiação e, quando há muito sol, dá um excesso de claridade que pode causar até dor de cabeça.”