Brasil terá centro de estudos sobre o tabaco


O ministro da Saúde, José Gomes Temporão anunciou nesta quinta-feira, 6/3, a implantação de um centro de estudos do tabaco numa parceria entre o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As obras de construção do centro, que ficará no Rio de Janeiro, devem começar ainda em 2008 e serem concluídas em dois anos.


O anúncio foi feito em audiência de Temporão com o secretário-executivo da Conferência das Partes para o Controle do Uso do Tabaco da Organização Mundial da Saúde (OMS), Haik Nikogosian, que está no Brasil para conhecer a política e as ações de controle do tabagismo do país.


O ministro ressaltou que o Brasil tem uma das políticas de controle do tabaco mais avançadas do mundo, “num país em que 250 mil famílias dependem desta cultura”, lembrou. “Por isso, a importância do Brasil ter assinado a Convenção-Quadro” que prevê a substituição de culturas nas áreas de plantio de fumo.


Nikogosian elogiou o Brasil pela liderança que exerce nos fóruns internacionais sobre a questão e pelos méritos alcançados no controle do hábito de fumar e a coordenação intersetorial do governo. Ele esteve reunido ontem com representantes da Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Coniq) da qual fazem parte os ministérios da Saúde, Relações Exteriores, Agricultura, Fazenda, Educação, Justiça, Desenvolvimento Agrário e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.


O secretário-executivo também disse ao ministro que o modelo de articulação brasileiro, em que os níveis técnicos apóiam as autoridades, passou a ser recomendado aos outros países signatários.


Segundo a OMS, a cada não, morrem cerca de cinco milhões de pessoas, em todo mundo, devido ao consumo de derivados do tabaco. A organização também estima que, mantida a atual tendência de consumo nos próximos 30 a 40 anos, quando os fumantes jovens de hoje atingirem a meia idade, a epidemia tabagista causará 10 milhões de mortes por ano.


O reconhecimento de que a expansão do tabagismo é um problema mundial fez com que, em maio de 1999, durante a 52ª. Assembléia Mundial da Saúde, os Estados-membros propusessem a adoção do primeiro tratado internacional sobre saúde pública. Denominado Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, determina um coonjunto de medidas com o objetivo de deter a expansão do consumo do tabaco e seus danos à saúde.