A Onco Hematos, que integra a Clínica de Assistência Multidisciplinar em Oncologia (AMO), iniciou na sexta-feira, 6, o Simpósio Atualizações no tratamento do câncer de mama. Realizado no Decós Day Hospital, o evento foi aberto aos médicos, equipe multidisciplinar e estudantes. No período da tarde, foi realizado um Fórum Multidisciplinar, trazendo palestras sobre o papel da psicologia, enfermagem, nutrição e farmácia no tratamento do câncer de mama, além de discussão de casos clínicos. Já no período da noite, foi promovida uma Aula Magna com Dr. Felipe Andrade, coordenador da Residência Médica em Mastologia do Hospital Sírio-Libanês.
A primeira palestra foi realizada pela psicóloga da Onco Hematos, Viviana Aragão, que abordou os aspectos psicológicos no tratamento do câncer de mama, em especial à sexualidade. “Durante o tratamento do câncer de mama a paciente vivencia uma nova rotina de vida e alteração da imagem corporal. Esse contexto desencadeia algumas manifestações que precisam ser reorganizadas pela paciente junto à equipe para seguir e, assim, enfrentar um momento delicado da vida. Geralmente, a queda de cabelo, o ganho de peso e a intervenção cirúrgica na mama, seja a retirada total ou parcial, interferem na vida da paciente, que tem sua imagem alterada, impactando consequentemente na sua sexualidade, e isso precisa ser discutido entre a paciente, o companheiro e a equipe. Uma vez que a paciente precisa ser orientada diante das possíveis alterações da sexualidade relacionadas aos tratamentos, é necessária a avaliação prévia da sexualidade da paciente para o profissional da área de saúde entender como melhor conduzir as orientações”, explicou a psicóloga.
A coordenadora de enfermagem da Onco Hematos, Milena Pinheiro, palestrou sobre o papel do enfermeiro no tratamento do câncer de mama. “A oncologia é uma área da medicina que requer um cuidado multidisciplinar. O enfermeiro é o profissional que presta assistência ao paciente em todas as fases do tratamento do câncer, desde o diagnóstico da doença, passando pelas várias fases do tratamento, como a cirurgia, radioterapia e quimioterapia. É o profissional que tem mais contato com o paciente e o elo entre o paciente e toda a equipe multiprofissional”, enfatizou a enfermeira, afirmando ainda que a oncologia exige especialização e atualização constantes para promoção do cuidado personalizado ao paciente.
Nutrição e Farmácia
Com o tema “Aspectos Nutricionais nas atualidades no tratamento do câncer de mama”, a nutricionista da Onco Hematos, Miriam Duarte, apresentou os cuidados que a mulher precisa ter com a alimentação durante o tratamento. “Quando a paciente está realizando o tratamento com quimioterapia, pode ocasionar alguns efeitos colaterais que podem afetar o seu estado nutricional. A nutrição realiza uma intervenção com uma abordagem para focar nos melhores alimentos e prevenir riscos futuros de diarreia, náuseas, vômitos, perda de apetite, entre outros. Assim, podemos fazer um cardápio para melhorar ou amenizar os efeitos colaterais através da alimentação, principalmente para os tratamentos que geram aumento ou ganho de peso”, detalhou.
Já a farmacêutica Gildete Oliveira, que também integra a equipe multidisciplinar da Onco 
Hematos, falou sobre o acompanhamento farmacoterapêutico na terapia oral do câncer de mama, trazendo informações sobre os principais quimioterápicos utilizados durante o tratamento. “O acompanhamento farmacoterapêutico é essencial para prevenir, identificar precocemente os riscos relacionados ao tratamento, podendo assim atuar com o manejo adequado dos problemas relacionados aos medicamentos”, afirmou.
Aula Magna
Encerrando o primeiro dia de evento, foi realizada a Aula Magna sobre “De-escalonamento no câncer de mama: quando menos provou ser mais”, ministrada pelo Dr. Felipe Andrade. Segundo ele, o de-escalonamento já é uma tendência mundial no tratamento do câncer de mama e de diversos outros tipos de câncer. “De-escalonar é tentar diminuir a agressividade do tratamento, porém, mantendo a segurança. Isso serve para qualquer área que trata o câncer de mama, desde a cirurgia, a radioterapia ou a oncologia, com os tratamentos sistêmicos de quimioterapia, imunoterapia ou hormonioterapia. Mostrei na aula várias situações onde podem ocorrer menos agressividade no tratamento, como as cirurgias na mama. A maior parte dos mastologistas presentes aqui estão por dentro desses novos conceitos, mas é sempre bom debater com os médicos e ter um ganho de aprendizado nesse sentido”, salientou.
De acordo com o diretor da Onco Hematos, Nivaldo Vieira, as atualizações Onco Hematos/Amo têm o objetivo de trazer o que há de mais moderno e prático em oncologia nas diversas áreas. “Estamos começando as atualizações com o tratamento do câncer de mama, trazendo a aula magna de Dr. Felipe Andrade para falar da redução da necessidade do tratamento de câncer de mama no mundo inteiro. Ao longo do ano, estaremos abordando diversos outros temas, trazendo profissionais de diversas especialidades médicas que tratam dos tumores. Dessa forma, teremos diversos olhares sobre o tumor e não só o olhar dos oncologistas”, pontuou.
“A atualização é bastante positiva e uma figura como o mastologista Felipe Andrade aqui em Aracaju é muito importante, uma referência na mastologia nacional. É sempre bom rever e questionar o que temos praticado, porque a medicina é uma constante mudança. Sempre temos que repensar como estamos praticando a medicina, pois hoje o tratamento de uma doença não precisa ser tão agressivo quanto está sendo. Já existem estudos que são conduzidos que tendem a querer tirar essa agressividade nos tratamentos do câncer de mama”, ressaltou a mastologista Paula Saab.
O mastologista Maurício Rezende, reforçou a importância das atualizações constantes na medicina, especialmente em oncologia. “A Onco Hematos é uma clínica que trata o câncer de mama, e o tratamento é uma das facetas do câncer que mais tem evoluído. Vertentes que não se trabalhavam antigamente, como anticorpos, hoje já são trabalhadas no tratamento do câncer de mama. O lado genético que antes não era trabalhado, hoje é decisivo para o diagnóstico e escolha do tratamento”, finalizou.
Ascom/OncoHematos
