A Coordenação de Vigilância Sanitária (Covisa) da Secretaria de Estado da Saúde (SES) apresentou na manhã de terça-feira, 10/6, no auditório da Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de Sergipe (Fapese), os laudos das análises toxicológicas realizadas em alimentos comercializados nas redes supermercadistas do Estado, através do Programa de Análises e Resíduos de Agrotóxicos (PARA). Ao todo, 17 produtos foram analisados: alface, banana, batata, cenoura, laranja, maçã, mamão, morango, tomate, abacaxi, cebola, pimentão, repolho, manga, uva, arroz e feijão para verificar a utilização dos agrotóxicos, avaliar a exposição do consumidor e do trabalhador aos produtos, identificar as culturas mais afetadas, mapear as áreas de produção mais problemáticas e possibilitar ação local para correção do problema. De acordo com o diretor administrativo do PARA, Evandro Dantas, alguns dados apontados pelo laboratório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) preocupam. Das alfaces recolhidas para amostras no ano de 2007, 60% apresentaram o limite máximo de agrotóxico permitido. “Com esse índice, os consumidores podem até sofrer danos à saúde. A presença desses metais pesados pode acarretar desde pequenos problemas de pele à seqüelas graves, como o câncer,” explica Evandro, ressaltando ainda, que os resultados insatisfatórios também atingiram o tomate, o mamão e o morango. A divulgação dos resultados contou com a presença de produtores, distribuidores e representantes de supermercados. Segurança A agrônoma e professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Gláucia Barreto participou da reunião e destacou a importância de adotar uma ação mais ampla, capaz de atingir todos os envolvidos no problema. “Somente atitudes punitivas que atinjam os comerciantes não irão resolver as altas taxas de agrotóxicos nos alimentos. É preciso conscientizar aqueles que vendem os produtos químicos”, informou. De acordo com o coordenador da Covisa, Antônio de Pádua, daqui pra frente, a meta é discutir estratégias conjuntas capazes de melhorar esse cenário que compromete a saúde pública. Por isso, é necessário que os supermercados deixem clara para o consumidor a procedência dos alimentos, com a criação de um banco de dados capaz de rastrear as fontes fornecedoras dos produtos. “Como a ação da Vigilância Sanitária do Estado é restrita à fiscalização das culturas através da coleta de amostra e envio para laboratório, precisamos acompanhar toda essa ‘cadeia alimentar’. O próximo passo é solicitar a ajuda do Ministério Público para que sejam definidas as competências de cada responsável”, ressaltou Pádua.