A situação da dengue em Sergipe é crítica. Andando na contramão da região Nordeste, onde o número de pessoas que contraíram a doença caiu cerca de 5%, no Estado o número de casos suspeitos já passa de 500 somente este ano, quando no mesmo período de 2007, foram registrados cerca de 150. O mais grave é que três pessoas já vieram à óbito por causa da dengue hemorrágica e em Aracaju, falta pessoal para fazer o combate à doença. As informações foram passadas durante reunião-almoço da Sociedade Médica de Sergipe, pela bióloga Sidney Sá, gerente de Antropozoonose, da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e a enfermeira Flávia Borelli, consultora do Programa Nacional de Controle da Dengue, do Ministério da Saúde (MS). Nos dois anos anteriores, conforme Sidney Sá, não foram registrados óbitos pela doença em Sergipe. “Mais três crianças estão internadas no Hospital João Alves, com suspeita de estarem com a doença”, informou Borelli, relatando que o combate está crítico em Aracaju. “O município tem todo o equipamento necessário, mas falta pessoal, porque a questão dos agentes está na Justiça. Estivemos conversando com o pessoal da saúde municipal e a sugestão é que o exército seja chamado para fazer este trabalho”. Além disso, a Secretaria de Estado de Saúde está investigando a possível ocorrência de mais um tipo de vírus da dengue em Sergipe, o 3. “Nós temos os soropositivos 1 e 2 e já houve registro do 3 há alguns anos, mas na época foi isolado. Devido ao aumento de casos este ano, há um risco de entrada do tipo 3, onde as complicações são bem maiores, principalmente para as crianças”, relatou a gerente de Antropozoonose, que aproveitou o encontro com os médicos para pedir ajuda no combate à doença. “Muito de vocês são os primeiros a atender pessoas que apresentam sintomas da doença”. Na próxima semana, o Secretaria de Estado da Saúde e o MS vão estar convocando os médicos que trabalham na atenção básica dos 75 municípios sergipanos, para trabalhar melhor o controle da doença. “O infectologista Marco Aurélio é que vai estar à frente deste trabalho, mostrando o que deve ser feito e como agir e tratar o paciente com suspeita de dengue”, informou Sidney Sá, chamando atenção para o fato de que o combate aos focos do mosquito Aedes aegypti dependem também da população. “Num levantamento que fizemos aqui no Estado, ficou constatado que os focos estão principalmente dentro das casas”. Parceria Conforme Sidney Sá, o Estado está buscando parcerias, com a Universidade Federal de Sergipe (UFS) inclusive, para que o exame viral da dengue seja realizado também em Sergipe. Isso agilizaria o resultado, que hoje leva em torno de 10 a 15 dias para ficar pronto. “O exame de sorologia nós já fazemos aqui no Lacen, mas o de isolamento viral mandamos para um laboratório em Recife”, explicou ela.