Secretaria Municipal de Saúde (SMS) decidiu concentrar a oferta da vacina contra a febre amarela em dois postos de saúde. Desde ontem, quarta-feira, a vacina está disponível nas Unidades de Saúde de Família Dona Sinhazinha, localizada na avenida Hermes Fontes, e Maria do Céu, situada à rua Maruim, Centro. A medida visa otimizar o atendimento e priorizar o grupo a ser vacinado. As doses da vacina se destinam prioritariamente a pessoas que se deslocarão para áreas de risco de transmissão do vírus amarílico, ou seja, para aqueles que viajarão para áreas de matas e florestas dos estados do Maranhão, Minas Gerais e as regiões do Norte e Centro-Oeste do país. A vacina deve ser aplicada pelo menos 10 dias antes da viagem. Os interessados devem apresentar em uma dessas USFs comprovantes (passagens) ou declarações de viagem. Essa estratégia também tem como objetivo conscientizar os aracajuanos a adotar uma postura mais cidadã e solidária. “A vacinação em massa não se justificae é inviável. Sergipe não é área de risco, não é fronteira de área risco e nem mesmo área de transmissão do vírus amarílico”, diz a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Tânia Santos. A coordenadora ressalta que não há registro do vírus de febre amarela silvestre em nenhum estado do Nordeste brasileiro. A SMS, no período de 3 a 22 de janeiro, aplicou mais de 7.500 doses da vacina. Nesse período, as doses estavam disponíveis em 10 USF´s de referência, por conta da situação de pânico provocada pela divulgação de óbitos relativos à doença. “O Estado de Sergipe solicitou do Ministério da Saúde um quantitativo de 20 mil doses da vacina contra febre amarela. Porém, o Ministério enviou 50% do solicitado. Se o SUS municipal continuar com essa demanda desenfreada, o sistema será desabastecido”, explica Tânia Santos. Febre amarela urbana O próprio o Ministério da Saúde e a SMS, com apoio da imprensa local, vêm esclarecendo a população que os casos de febre amarela silvestre em humanos estão concentrados no Centro-Oeste e em algumas regiões dos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul. Seguem mais informações sobre a doença: – Os recentes casos de febre amarela silvestre são registrados em pessoas não vacinadas que entraram na mata. – A febre amarela silvestre não é transmitida de pessoa a pessoa. Na mata, a doença é transmitida pelos mosquitos Sabethes ou Hemagogus. Estes picam o macaco doente e, em seguida, o homem. – Já na cidade, o transmissor seria o conhecido Aedes aegypti. Mas, para isso, seria necessária alta infestação do mosquito, ao redor de 40%. O que significa que, de cada 100 casas, um total de 40 teriam a presença do mosquito. Não há nenhum município brasileiro com esse nível de infestação. Também seria preicso ter um grande número de doentes com febre amarela silvestre concentrado no mesmo espaço urbano e ao mesmo tempo.