Presidente da Saese/Coopanest destaca atuação dos anestesistas em tempos de pandemia

O presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado de Sergipe (Saese) e da Cooperativa dos Anestesiologistas de Sergipe (Coopanest), Milton Simões, destacou em entrevista ao Programa Viva Bem, apresentado por Magna Santana na Fan FM, sobre a atuação dos anestesistas nesse período da pandemia da Covid-19.

De acordo com Dr. Milton Simões, com a chegada da pandemia todos vivem um período turbulento em todos os sentidos, que vem prejudicando a população e preocupando principalmente os profissionais da saúde. “Infelizmente, os profissionais da saúde estão na linha de frente e percebemos que o vírus continua infectando um número alto de pessoas. Ainda estamos na fase crescente de contaminação e muitos casos são destes profissionais. Nós, anestesistas, atuamos muito mais nesse período com as cirurgias de urgências, pois aquelas cirurgias eletivas que podem ser aguardadas nós evitamos desde o início da pandemia”, explicou.

“O que temos percebido é que os pacientes cirúrgicos de urgência também estão chegando com teste positivo de Covid-19. Então, não é só um paciente cirúrgico que vai ser operado, vai para a enfermaria e depois vai para casa. Esse paciente, muitas vezes, já está contaminado, ou se contamina dentro do hospital ou já vem contaminado na rua. Por isso, é preciso ter muito cuidado com os profissionais de saúde. Os anestesistas não vão conseguir dar conta com tantos procedimentos de urgência. Faço até uma alerta às pessoas para terem um pouco mais de cautela ao ir ao hospital, ao sair de casa. Mais cautela em relação ao trauma, para diminuir o movimento dentro do centro cirúrgico, pois a contaminação em geral já está ocorrendo”, destacou Dr. Milton.

Segundo o presidente da Saese, uma pandemia naturalmente só termina quando muita gente se contamina. “Alguns especialistas falam em torno de acima de 50% de contaminação para a pandemia melhorar. Graças a Deus a maioria dos pacientes contaminados passam ilesos ou com poucos sintomas da doença. Aqueles que agravam é que são os maiores problemas, são as pessoas com comorbidades, idosos, hipertensos, com problemas cardíacos, com doenças pulmonares, esses têm que tomar maior cuidado”, frisou o médico.

Dr. Milton afirmou ainda que umas das maiores preocupações dos anestesiologistas é com os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). “Os EPIs são muito importantes para os profissionais, principalmente para nós anestesistas, que estamos diretamente envolvidos com as vias aéreas do paciente. Em grande parte das cirurgias de urgência e emergência temos grande chance de ter contato direto com aerossóis, que são quando os pacientes colocam em suspensão no ar partículas do vírus junto com gotículas de saliva, seja num movimento de intubação traqueal ou em outro procedimento durante a cirurgia, colocando em risco os profissionais de saúde. Os EPIs são de extrema importância e a maioria deles são descartáveis, então é um grande custo e um gasto imenso. Sabemos que estão em escassez no mercado, mas não podemos expor os profissionais ao risco”, destacou Milton.

De acordo com Milton, a Coopanest vem realizando ações para colaborar com os profissionais nesse período de pandemia. “Fomos parceiros em campanhas de doação para arrecadação de EPIs. E como Cooperativa temos tentado ajudar os profissionais da melhor forma. Nesse momento de pico da doença é que o profissional está em maior risco e a Cooperativa tem feito nos últimos dois meses alguns rodízios de profissionais em escala de plantão para evitar a contaminação em massa. Realizamos uma triagem para identificar colegas que estão contaminados, afastando estes profissionais para diminuir os riscos de contaminação nos hospitais”, salientou.

Outra característica peculiar dos médicos anestesiologistas de Sergipe destacada pelo presidente da Saese é que são profissionais que trabalham em vários hospitais, inclusive no interior do Estado. “E isso acaba prejudicando ainda mais se um profissional estiver com o vírus e assintomático. Lembrando que não podemos parar de trabalhar e deixar os pacientes desassistidos. Mas o cuidado dos profissionais está sendo redobrado para atender a todos que necessitam de cirurgias de forma segura. Estamos notando que muitos pacientes passam por uma cirurgia por conta de algum outro problema de saúde e, como estão contaminados com o vírus, acabam gerando problemas posteriores à cirurgia, já que muitas vezes precisam de UTI pelo motivo cirúrgico e esta UTI não é necessariamente destinada ao paciente com a Covid-19”, finaliza o presidente da Saese/Coopanest.

Ascom/Coopanest-SE