Além de ser considerado o mês de maior campanha de combate ao câncer de próstata, o Novembro Azul vem se tornando também o mês referência na missão de orientar a população masculina a cuidar melhor de sua saúde, promovendo, dessa forma, uma mudança de paradigmas em relação à ida do homem ao médico e reforçando a importância da realização de exames preventivos.
 |
“Antes o foco do Novembro Azul era só câncer de próstata, mas hoje em dia o Novembro Azul deve ser referência ao mês do cuidado à saúde do homem. Deve ser falado sobre a saúde do homem nas diferentes idades, seja do adolescente, do homem adulto ou do idoso, pois existem alguns problemas de saúde que são comuns a cada faixa etária da vida, como por exemplo, DSTs, alcoolismo, drogas, tabagismo, ou seja, o novembro azul tem que ser um mês de alerta à saúde do homem como um todo”, salienta o oncologista clínico da Onco Hematos, Nivaldo Vieira.
Por isso, é necessário mobilizar a população masculina a conhecer cada vez mais a sua saúde nas diferentes fases da vida (infância, adolescência, vida adulta e terceira idade) e, por meio da informação, conscientizar sobre a importância dos cuidados com a saúde e mudança de hábitos, bem como do diagnóstico precoce e adesão ao tratamento.
Câncer de Próstata
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos e considerando ambos os sexos é o quarto tipo mais comum e o segundo mais incidente entre os homens. A taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento. Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.
De acordo com o oncologista clínico, Nivaldo Vieira, o câncer de próstata é próprio do envelhecimento do homem. “É igual a cabelo branco, ou seja, basta ficar velho para ter chance de ter um câncer de próstata. A chance estatística para isso acontecer vai de acordo com a idade dele, isto é, aos 60 anos de idade existe 60% de chance de ter câncer na próstata de qualquer homem, aos 70 anos de idade, a chance aumenta para 70%. Então o que diferencia os homens uns dos outros não é se ele terá ou não câncer de próstata, mas qual a agressividade que o câncer vai se manifestar”, explica o oncologista.
Por isso, o rastreamento irrestrito para a população em geral como é feito com o câncer de colo do útero, de intestino e de mama, não é mais recomendado como era antigamente, onde todos os homens eram orientados a realizarem o exame de PSA e toque retal. “Isso era recomendado, mas não se recomenda mais em alguns países, com Austrália, Reino Unido, Brasil e EUA. O motivo para isso é que já que todo homem em uma certa idade pode chegar a ter câncer de próstata, se continuasse recomendando aos exames iria submeter vários homens a realizar tratamento. Então o grande desafio dos médicos é antes de fazer o exame discernir quais são aqueles que tem maior risco de ter a doença agressiva, baseada principalmente no histórico familiar de cada paciente e na raça, que são os fatores mais importantes”, informa.
Sendo assim, o essencial é identificar os homens que podem manifestar o câncer mais agressivo. “Nós precisamos identificar quais os homens nos quais é importante buscar o câncer que acontecerá na próstata deles, ou seja, existem vários tipos de câncer de próstata, aquele que se manifesta com a idade mais avançada e existe também o câncer de próstata mais agressivo que acontece nos homens mais jovens e tem o desenvolvimento muito rápido”, enfatiza Nivaldo.
Mas, como identificar os homens que se enquadram no maior risco de câncer de próstata e que devem fazer o exame preventivo? De acordo com o oncologista clínico, homens com histórico familiar de câncer de próstata agressivo (pai, irmão, primo ou avô que morreu com câncer de próstata) têm mais risco de também desenvolver um câncer de próstata mortal, não um câncer de próstata comum que acontece em idade mais avançada. “Outra alerta é para os homens que na família as mulheres tiveram câncer de mama, isso também aumenta a chance de câncer de próstata. E os homens da raça negra também têm riscos aumentados de câncer de próstata”, ressalta.
O oncologista passa algumas dicas de hábitos saudáveis para os homens, que contribuem para uma vida mais saudável. “Existem formas de combater não apenas o câncer de próstata, mas como qualquer câncer, que é cuidar da saúde realizando atividades físicas, manter o peso adequado e a alimentação balanceada rica em fibras e com baixo teor de carne vermelha. Fazendo isso o seu corpo fica saudável e ainda previne o desenvolvimento do câncer”, finaliza Nivaldo Vieira.
Fonte: Ascom Onco Hematos
Foto: Divulgação
