Hipertensão arterial, a epidemia do século XXI

O Dia Nacional de Combate e Prevenção à Hipertensão Arterial acontece hoje, dia 26. Uma doença crônica, assintomática e silenciosa. A hipertensão arterial é uma epidemia e tem o componente genético associado, junto com o estilo de vida que é adotado. Dieta desregrada, rica em sal, gordura e falta de exercício físico levam à doença que causa graves consequências ao coração, cérebro, rins e vasos sanguíneos. 

Segundo o cardiologista Antônio Carlos Sobral Sousa, professor do Departamento de Medicina da Universidade Federal de Sergipe (UFS), esta doença afeta uma fatia muito grande da população e ocasiona as doenças cardiovasculares, que são: infarto, derrame, insuficiência renal. O médico informa ainda que mais de 90% dos casos têm influencias hereditárias, além dos fatores externos que facilitam o aparecer da doença. 

“O trio excesso de sal, aumento de peso e o stress emocional favorecem para o aparecimento mais precoce para quem tem predisposição genética. Por isso, além dos fatores genéticos, as pessoas precisam mudar os hábitos diários. E o stress, obesidade, sedentarismo e o consumo de sal são fatores modificáveis e que se mudados, podem prevenir a patologia. Já a genética é um fator que não se consegue modificar. No entanto, o hipertenso controlado tem chance igual à população não hipertensa em não ter infartos”.

Sobre o diagnóstico, Sousa explica que é fácil, basta aferir a pressão. Mas, ele alerta que a aferição deverá ser feita apenas com um profissional de saúde, em consultório, nada de usar os medidores digitais, que muitas vezes estão descalibrados e dão resultado incompatível com a realidade. Ainda mais porque a hipertensão é considerada uma assassina silenciosa, já que é muitas das vezes assintomática.

“Só se sabe do problema medindo a pressão. Não há sintomas facilmente identificáveis. Para medir a pressão é necessário um aparelho calibrado e alguém que saiba faze-lo”, frisou. Os equipamentos digitais encontrados em farmácias, por exemplo, estão geralmente descalibrados, E estando desresgulados, podem alterar o resultado da pressão, fazendo com que a pessoa deixe de tomar o remédio, caso o resultado esteja normal, ou até mesmo tomando mais remédios se der alta. O que é um risco”, alerta. 

Antônio Carlos Sousa esclarece ainda que os remédios para hipertensão estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) e que, por isso, não há desculpa para não realizar o tratamento, o médico condena ainda que pessoas usem o aparelho de aferição de pressão digital. “Esses aparelhos estimulam a automedicação, muitas vezes eles estão sem ajuste ideal e dão informações erradas sobre a pressão e a pessoa acaba se medicando, isso é um risco e uma situação muito grave”, chama atenção o médico. 

Fonte: Jornal da Cidade