Neste mês de setembro é considerado o Setembro Verde, que tem o objetivo de conscientizar a população para a importância da doação de órgãos. Nessa segunda-feira, 12, acontece o Lançamento da Campanha de Doação de Órgãos e Tecidos 2016, a partir das 19h, na Colina do Santo Antônio. E para falar do assunto, o Programa Viva Bem entrevistou o coordenador da Central de Transplantes de Sergipe, Benito Fernandes, que falou sobre o Lançamento da Campanha e do Setembro Verde.
De acordo com o coordenador da Central de Transplantes de Sergipe, Benito Fernandes, o estado tem um número de notificação acima da média nacional, porém, no que se refere à doação de órgãos em Sergipe ainda há um número pequeno. “É preciso mobilizar a sociedade e conversar sobre o assunto. Esperamos que com essa campanha tenhamos um recomeço dos transplantes em Sergipe, com um número maior de pessoas conscientes, afinal doar órgãos também é um ato de cidadania, solidariedade e de amor. Sabemos que muitas pessoas sofrem na lista de espera por uma doação e por isso a importância dessa campanha”, informou.
Com relação à Campanha, o tema deste ano é: “Doação de Órgãos – esperança para aqueles que não têm” e segundo Benito Fernandes, a cor escolhida como símbolo da doação de órgãos é a cor verde justamente por ser a cor da esperança. “Queremos dar esperança às pessoas que esperam por uma doação de órgãos. O Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos é comemorado no dia 27 de setembro, por conta do dia da primeira cirurgia de transplantes de órgãos realizada por São Cosme e São Damião, que eram cirurgiões”, disse.
Existem dois tipos de doadores: o doador vivo, que pode doar sangue (que é um tecido), a medula óssea, um dos rins, parte do fígado e parte do pulmão, essas cirurgias de partes só se fazem em últimos casos, geralmente de alguém da família. Já o doador falecido pode ser um doador falecido com o coração parado e que foi velado, esse falecido infelizmente não pode mais doar órgãos, mas pode doar as córneas (Sergipe possui 184 pessoas aguardando por uma córnea). Já o doador com morte encefálica, Benito Fernandes explica que para doar órgãos precisa está conectado ao respirador e pode doar órgãos sólidos, como coração, pulmão, fígado e rim. “O corpo não fica deformado por conta da retirada de órgãos e a pessoa já está morta e não sente mais dor. O único empecilho que eu vejo para essa resistência de doar órgãos é que a família fica sabendo da morte, mas não pode levar o corpo imediatamente, pois é pedido um tempo de em média 24h, mas esse tempo não interfere nos rituais de despedida, como o velatório”, destacou Benito Fernandes.
Em alguns países é permitido a venda de órgãos, como na Índia e na China, já no Brasil é proibido essa comercialização. “O brasileiro ainda é bastante resistente e tem receio em realizar ou permitir que um parente seu doe órgãos. A Central de Transplantes existe nos estados para que haja um controle e uma fiscalização para que não ocorra a venda e/ou tráfico de órgãos. Por isso é importante esclarecer que não há tráfico de órgãos e esse paciente que doa órgãos já está morto. E para realizar esse procedimento é preciso saber a causa da morte e também ter a autorização da família”, frisou o coordenador da Central de Transplantes.
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