Comissão Européia aprova pílula única para tratar HIV



A Comissão Européia aprovou um tratamento para infecção por HIV, vírus que causa a Aids, que envolve a ingestão de um único comprimido por dia.

O medicamento Atripla, que combina três drogas já existentes, foi licenciado nos Estados Unidos em julho do ano passado, e agora foi dado a metade dos pacientes recém-diagnosticados no país.

Atripla está sendo qualificado como uma revolução no tratamento de pacientes soropositivos. Ele foi criado em uma colaboração entre três laboratórios rivais –Gilead Sciences, Bristol-Myers Squibb e Merck.

Quando os remédios para conter o HIV foram lançados, originalmente em 1996, pacientes infectados –ou soropositivos– tinham que ingerir até 30 comprimidos com o estômago vazio em diferentes horários ao longo do dia.

Muitos pacientes acharam difícil manter o tratamento. Agora, para alguns deles, continuar a medicação será tão simples quanto ingerir um único comprimido todos os dias.

Os fabricantes de Atripla destacam, contudo, que a pílula é um tratamento para soropositivos, e não uma cura. Sua ingestão não implica na redução do risco de transmissão do vírus.

A aprovação do uso do medicamento pelas autoridades européias faz com que Atripla seja disponibilizado inicialmente para soropositivos na Alemanha, na Áustria e no Reino Unido.

Simon Portsmouth, especialista britânico no tratamento de soropositivos, disse: “Este é um grande avanço para os pacientes. Ele quase normaliza o HIV.” “Eles podem simplesmente tomar este comprimido antes de ir para a cama à noite e isto não domina a vida deles.”

Portsmouth, do Hospital St. Mary, em Londres, menciona entre os possíveis efeitos colaterais iniciais do medicamento alguma tontura e distúrbios no sono, mas diz que, de maneira geral, o medicamento é bem tolerado pelos pacientes. A Merck está tentando disponibilizar o medicamento a soropositivos na África, a preços mais baixos.

Paul Carter, vice-presidente da Gilead, disse que o desenvolvimento de novos medicamentos neste setor é uma tarefa sem fim. “O HIV desenvolve resistência e por isso a indústria precisa de um fluxo contínuo de novas drogas”, afirmou.


 


Fonte: BBC Brasil