Por um Sistema Único de Saúde (SUS) de qualidade e pela valorização do trabalho médico, a classe médica iniciou na manhã desta segunda-feira, 7/4, Dia Mundial de Saúde, uma série de atividades que serão desenvolvidas ao longo desta semana. Seguindo orientação das entidades nacionais, a Comissão Estadual Pró-SUS abriu as manifestações na porta do Ipesaúde, em apoio aos médicos do instituto, que realizam hoje uma paralização de advertência. “Essa situação não pode continuar mais. Há seis meses que estamos negociando, foram contratados médicos ganhando o dobro e até o triplo dos da casa, que até agora, não tiveram nenhum reajuste. Queremos uma definição”, relatou José Menezes, presidente do Sindicato do Médicos (Sindimed). De acordo com o sindicalista José Helton, que itegra a Comissão Estadual Pró-SUS, durante esta semana, as unidades de saúde de Aracaju serão visitadas, principalmente os hospitais. ” Pretendemos levar informações à população e mostrar que essa situação que está vivendo a saúde pública não é culpa dos médicos e sim dos gestores. Esse surto de dengue não é culpa nossa. Aí está porque não foi feito o trabalho de prevenção”, explica ele, citando que na madrugada de sábado, 52 crianças procuraram atendimento no Hospital Municipal Nestor Piva, para serem atendidas por apenas três pediátras. “Não dá para ter uma atendimento de qualidade deste jeito”. A diretora da Sociedade Médica de Sergipe (Somese), Tânia Andrade, que também integra a Comissão Estadual Pró-SUS, reforça que o modelo do SUS é excelente e único. “Nenhum outro país do mundo tem um sistema de saúde igual ao Brasil. O SUS atende a todos, independentes de classe social. Todos os brasileiros têm acesso a exames, medicação e tratamento. Se ele não funciona à contento é por falhas de gerenciamento”, declara a médica. A manifestação retoma as atividades do Dia Nacional de Protesto, realizado pelas entidades médicas em 21 de novembro do ano passado. De acordo com as entidades médicas, de lá para cá não houve nenhum gesto de boa vontade do governo federal em atender aos apelos da sociedade na solução dos problemas do setor de saúde. A Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam) ressaltam que a valorização do SUS e do trabalho médico é a solução para garantir a assistência médica e o correto financiamento público. Segundo as entidades, o Sistema Único de Saúde (SUS) é o mais bem concebido e montado do mundo, só que não funciona de maneira adequada no País. “O principal motivo é falta de investimentos. Os recursos não são suficientes para atender bem toda a população brasileira. O outro problema é de gestão”, destaca Tânia Andrade. Preocupada com esta situação, a classe médica começou um movimento através de suas maiores entidades – AMB, Fenam e CFM – criando comissões nos Estados e a Comissão Nacional Pró-SUS, formada por representantes das entidades estaduais e nacionais. A partir daí foi iniciado um processo de mobilização junto à classe e a população com o objetivo de mudar este cenário. “A população precisa exigir mudança, e a através da pressão o governo poderá ceder”, reforça a diretora da Somese.