A hipertensão reduz o fluxo de sangue no cérebro de pacientes que sofrem de mal de Alzheimer, uma doença incurável, revela um estudo apresentado em Chicago, durante a reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte.
“Apesar de a hipertensão não ser a causa do Alzheimer, nosso estudo demonstra que se trata de mais um golpe para o cérebro, pois aumenta a vulnerabilidade do paciente perante os efeitos da doença”, disse Cyrus Raji, cientista da Universidade de Pittsburgh, onde foi feita a pesquisa.
O mal de Alzheimer é uma doença neurológica que, em geral, afeta idosos de 65 anos e seu principal sintoma é a perda progressiva da memória, até resultar na demência e na morte. A hipertensão é um problema no qual o sangue circula pelas artérias com grande força. Os hipertensos correm um risco maior de sofrer problemas cardíacos, derrames cerebrais e aneurismas.
Nos Estados Unidos, calcula-se que cerca de 50 milhões de pessoas tenham hipertensão, segundo dados do Instituto Nacional para o Coração, o Pulmão e o Sangue.
“Este estudo demonstra que uma boa saúde vascular também é boa para o cérebro”, afirmou Óscar López, professor de neurologia e psiquiatria da Universidade de Pittsburgh. “Inclusive em pessoas que já sofrem Alzheimer é importante detectar e tratar de maneira intensa a hipertensão. Também é importante prevenir este problema”, acrescentou.
A pesquisa feita com 48 pessoas revelou que o fluxo sangüíneo era menor naquelas que sofriam de hipertensão e que o problema era ainda mais significativo nos pacientes de Alzheimer. “Estes resultados indicam que, com a mudança do fluxo sangüíneo no cérebro, a hipertensão – tratada ou não – pode contribuir para a patologia do mal de Alzheimer”, disse Raji.