A doença está inserida entre as comorbidades que colocam pessoas no grupo de risco para a Covid- 19
Os hipertensos estão inseridos dentro do grupo de risco no contágio do novo coronavírus (Covid- 19). Para se ter uma ideia, 50% das pessoas que vieram a óbito em Sergipe pela Covid tinham hipertensão, o que fortalece a importância sobre os cuidados de prevenção e combate, sobretudo, neste momento de pandemia.
No próximo dia 26, é comemorado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial e, segundo o cardiologista do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), Renato Mesquita, a hipertensão é o mal do século e, diariamente, são atendidos diversos pacientes com complicações de saúde devido à doença.
Nos três primeiros meses deste ano (janeiro a março 2020), de acordo com o Sistema Integrado de Informatização de Ambiente Hospitalar (HOSPUB), o Pronto Socorro do Huse já registrou uma média de 140 pessoas com diagnóstico de hipertensão arterial, que é diagnosticada quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg ou (14 por 9).
O médico explica que essa é a doença que mais impacta em mortalidade no mundo e faz um alerta quanto à prevenção. “É uma doença que é negligenciada porque é assintomática, quando o paciente passa a ter sintomas da hipertensão, geralmente são com coisas muito graves como infarto, derrame, perda da função renal levando a diálise, as amputações por causa da diabetes, então, estou falando da doença mais mortal do mundo”. Explica.
Segundo ele, quando se fala em hipertensão a primeira palavra que vem à cabeça é prevenção e isso passa por ter um bom estilo de vida. “Dormir e comer bem, ter um nível de estresse tolerável, evitar o sobrepeso, fazer exercício físico, dieta balanceada, são muito mais importantes que o tratamento em si”, pontuou o cardiologista.
Diagnóstico
Ainda de acordo com Renato Mesquita, o diagnóstico é simples, feito somente pela aferição da pressão arterial para saber se os níveis estão alterados ou não. “É prevenir tomando conta de si mesmo e diagnosticar aferindo a pressão sempre que necessário, principalmente adultos acima dos 18 anos e notadamente acima de 35 anos”, explicou.
A ida frequente ao médico é fundamental para acompanhar os níveis pressóricos e os outros fatores de risco associados como a obesidade, diabetes, colesterol, além de fazer o rastreio das outras comorbidades associadas e que só fazem piorar o prognóstico do paciente, aumentando a chance do derrame, do AVC, do infarto e das outras complicações da doença.
A comerciante Maria Paula Cardoso, 46, é hipertensa. Ela comprou um aparelho portátil para aferir a pressão com frequência, além de ter acompanhamento médico. “Eu me cuido, morro de medo de um AVC ou derrame cerebral, não sou diabética, mas tenho esses outros fatores de risco e qualquer alteração ou alerta que meu corpo dá eu corro para o médico. Meu nervoso também atrapalha, mas, com saúde não se brinca. Passei a fazer caminhada duas vezes ao dia e minha alimentação é totalmente regrada”, finalizou.
Fonte: ASCOM/SES