Com o slogan ‘Quedas: Todo o Cuidado é Pouco’, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) lançou uma campanha para mobilizar o público em geral sobre o perigo das quedas. Uma pesquisa com duração de nove meses, realizada pelo Into, revelou que, entre as pessoas ali internadas por fraturas, 65% tinham seus problemas traumato-ortopédicos provenientes de quedas. A campanha dura todo o mês de junho e prevê mobilizações, pelo menos, até o final do ano.
Uma equipe especializada do Into está esclarecendo quais as principais causas das quedas e distribuindo folders com orientações sobre como preveni-las entre a população que circula pelo prédio, no Rio de Janeiro – são cerca de 10 mil pessoas por dia, entre pacientes, acompanhantes, visitantes e funcionários do próprio Instituto. Há inclusive um trabalho específico de orientação ao corpo funcional, para que conscientize os pacientes, ainda durante a internação, sobre como deverão agir nos diversos cômodos de casa e na rua (veja abaixo).
A campanha é resultado da pesquisa que o Into realizou com cada um dos pacientes ali internados por fratura, entre janeiro e setembro de 2013. Do total de 1.034 pacientes pesquisados, 672 chegaram ao Into porque haviam caído. Destes, 55,5% tinham sofrido queda em casa. A pesquisa ajudou a traçar um perfil, o que facilita o trabalho dos profissionais do Instituto. Entre todos os que caíram em casa, 53,5% tinham 60 anos ou mais e 63,5% eram mulheres.
“A mobilização visa todos os públicos, mas estamos lidando com um problema de saúde pública que atinge especialmente as pessoas com mais de 60 anos. E, entre estas pessoas idosas há um percentual altíssimo de mulheres, de 73,4%”, alerta o diretor do Into, João Matheus Guimarães. “É importante que ninguém se sinta tolhido em sua autonomia e independência, desincentivado a se locomover ou praticar exercícios em qualquer idade. Pelo contrário. Mas é necessário que esteja sempre atento a tudo o que pode provocar queda”.
PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA – Conforme estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), 424 mil pessoas morrem por ano em todo o mundo devido a quedas, sendo que 80% destas se localizam em países de baixa e média renda (OMS/2012). De 30% a 60% da população com mais de 65 anos cai anualmente e, dessas quedas, de 40% a 60% levam a algum tipo de lesão.
O Into aplica desde 2009 um protocolo que identifica já na entrada do paciente de internação o risco de queda. Os pacientes com esse perfil são: acima de 60 anos, menores de 5 anos, com distúrbios neurológicos, com amputações, com comprometimento e/ou deformidades dos membros inferiores que comprometem o caminhar. Cada um desses pacientes passa a utilizar uma pulseira laranja dentro do Into. É uma medida de prevenção, assim como a adaptação que o Instituto fez da estrutura física (exemplo: os banheiros da área hospitalar têm barras de apoio).
“Atualmente, a gente vive mais e, portanto, anseia por mais qualidade de vida. Isso envolve prevenção de acidentes, inclusive das quedas. As quedas podem afetar gravemente a possibilidade de locomoção das pessoas e, por consequência, a vida delas”, ressalta o coordenador do Into, Naasson Cavanellas.
DICAS DO INTO SOBRE O QUE PODE PROVOCAR AS QUEDAS:
– Doenças que afetam a visão e dificultam o caminhar.
– Ambientes com pouca iluminação, pisos escorregadios.
– Escadas sem corrimão, sinalização e piso escorregadio.
– Cadeiras, camas e vasos sanitários muito baixos e sem apoio para sentar e levantar.
– Banheiros sem barras de apoio.
– Obstáculos no caminho, como móveis baixos e fios, presença de animais domésticos.
– Bengalas ou andadores com ponteiras danificadas.
ORIENTAÇÕES PARA PREVENIR QUEDAS (PARA O PÚBLICO EM GERAL):
EM CASA
Na sala
• Preferir tapetes emborrachados e que não escorreguem.
• Deixar espaço livre para caminhar.
• Cuidado especial com os tropeços em animais domésticos.
• Pedir ajuda para retirar do caminho fios ou extensões elétricas e objetos espalhados no chão.
• Procurar sentar em sofás e cadeiras altas e firmes, e em poltronas com braço.
• Evitar escadas sem corrimão ou com degraus estreitos.
• Utilizar fitas antiderrapantes nos degraus para não escorregar.
No quarto
• Ajustar a altura da cama e, se preciso, trocar o colchão por um mais firme para que se evite dificuldade ao levantar ou deitar.
• Manter o quarto iluminado, principalmente à noite, quando houver circulação pela casa.
• Utilizar calçados de salto baixo e com solado que não escorregue.
• Evitar armários muito altos que necessitem de bancos ou escadas para alcançar objetos.
No banheiro
• Instalar barras de segurança nos banheiros e utilizar tapetes emborrachados e que não escorreguem.
• Para se proteger de quedas, utilizar cadeira de plástico firme e resistente para tomar banho.
NA RUA
• Prestar mais atenção quando estiver andando em lugares que não conhece ou mal iluminados.
• Atravessar a rua somente na faixa de pedestre e prestar atenção ao sinal.
• Atenção com o piso das calçadas.
• Observar o meio-fio quando for subir ou descer as calçadas.
Assessoria de Imprensa do Into