O Laboratório Roche anunciou que o comitê europeu responsável pela aprovação de medicamentos (European Committee for Medicinal Products for Human Use – CHMP) emitiu um parecer favorável para Avastin (bevacizumabe) no tratamento de primeira linha de pacientes com câncer renal. A decisão do comitê se baseou em dados de um estudo de fase III, denominado AVOREN, que mostrou que Avastin (bevacizumabe) e interferon (IFN) combinados, deram aos pacientes com câncer renal a chance de duplicar seu tempo de vida sem progressão da doença, quando comparados ao uso de interferon sozinho (5,4 para 10,2 meses.). Este foi o primeiro parecer das autoridades regulatórias favorável à aprovação de Avastin em câncer renal. No Brasil, o medicamento está aprovado para o tratamento de câncer colorretal. “Esse é mais um passo importante em nosso amplo programa de desenvolvimento de Avastin – o maior programa de estudos clínicos já realizado na área da oncologia. Graças à ampla utilização e ao sucesso de Avastin no câncer de cólon, mama e pulmão, médicos e clínicas da Europa já estão familiarizados com o produto. Por isso acreditamos que, uma vez aprovado pelas autoridades européias, Avastin possa começar a ser utilizado rapidamente nos pacientes com câncer renal”, comentou William M. Burns, CEO da Divisão Pharma da Roche. Cada ano, mais de 200 mil pessoas em todo o mundo recebe um diagnóstico de câncer renal, e mais de 100 mil morrerão em decorrência dessa doença. Esses números deverão aumentar, já que se prevê um aumento de 50% no número de pessoas com câncer em geral, segundo estimativas recentes da OMS. Foi realizada uma análise interina do estudo AVOREN em dezembro de 2006. Os benefícios obtidos com o medicamento foram tão positivos que o Comitê de Monitoramento de Segurança (DSMB) recomendou a disponibilização do tratamento com Avastin a todos os pacientes. O estudo mostrou, pela primeira vez, que Avastin também traz benefícios quando combinado à classe de drogas chamadas imunoterapêuticas, à qual pertence o interferon. Status de aprovação O câncer renal é o quarto tipo de câncer no qual foram demonstrados benefícios na sobrevida com o uso de Avastin. Os dados obtidos no abrangente programa de desenvolvimento clínico do medicamento levaram à aprovação nas indicações de câncer colorretal, de mama e de pulmão: – Fevereiro de 2004 (EUA) e janeiro de 2005 (União Européia) – tratamento de primeira linha de pacientes com câncer colo-retal metastático – Junho de 2006 (EUA) – tratamento de segunda linha de pacientes com câncer colo-retal metastático – Outubro de 2006 (EUA) – tratamento de primeira linha de pacientes com câncer de pulmão avançado – Março de 2007 (Brasil) – lançamento em câncer colorretal no Brasil – Março de 2007 (União Européia) – tratamento de primeira linha de pacientes com câncer de mama metastático – Abril de 2007 (Japão) – tratamento de pacientes com câncer colorretal avançado ou recorrente – Agosto de 2007 (União Européia) – tratamento de primeira linha de pacientes com câncer de pulmão avançado Sobre o câncer renal O câncer renal é mais comum em homens que em mulheres (aproximadamente 62% dos pacientes são do sexo masculino), e sua incidência aumenta com a idade. Se o este tipo de câncer for diagnosticado no estágio inicial, quando ainda está restrito ao rim, as taxas de sobrevida em cinco anos são relativamente boas, variando de 60 a 75%. Entretanto, se o diagnóstico for feito em um estágio mais avançado quando já tiverem ocorrido metástases a distância, a taxa de sobrevida em 5 anos é menor que 5%. Infelizmente, como o câncer renal geralmente é assintomático, a maioria dos diagnósticos é feita em estágios mais avançados da doença. As opções de tratamento para pacientes com câncer renal são limitadas. A remoção cirúrgica total ou parcial do rim é a base do tratamento, mas só tem sucesso no estágio inicial da doença. Em estágios mais avançados, o tratamento geralmente visa ao controle do câncer e melhora dos sintomas associados à doença. Sobre Avastin Avastin é o primeiro tratamento que inibe a angiogênese, ou seja, o crescimento de uma rede de vasos sanguíneos que supre de nutrientes e oxigênio os tecidos cancerosos. Avastin tem como alvo uma proteína natural, chamada fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), um mediador chave da angiogênese, e por esse mecanismo corta o suprimento sanguíneo essencial ao crescimento do tumor e sua disseminação no corpo (metástases). Até o momento, Avastin já demonstrou ter efeitos benéficos em termos de sobrevida geral e/ou sobrevida sem progressão da doença, em pacientes com quatro tipos de câncer: colorretal, de mama, pulmonar e de células renais. A Roche e a Genentech vêm desenvolvendo um programa clínico abrangente para investigar o uso de Avastin em vários tipos de tumores (inclusive câncer colorretal, de mama, pulmonar, câncer pancreático, ovariano, carcinoma de células renais e outros) e em diferentes contextos (câncer avançado e como terapia adjuvante, ou seja, pós-cirúrgica). O programa completo de desenvolvimento deverá incluir mais de 40.000 pacientes em todo o mundo.