Desde 2007, notificar novos casos de AIDS e HIV tornou-se obrigatório no Brasil. A análise dos dados coletados a partir disso mostra que houve um aumento de pessoas com 60 anos ou mais infectadas pelo vírus. Esse número chegou a 41.909 em 2019 e a 13.677 em 2020. Esta redução entre um ano e outro, no entanto, pode estar relacionada ao isolamento social e à pandemia da covid-19.
Para a enfermeira e professora preceptora do curso de Enfermagem da Universidade Tiradentes (Unit), Fernanda Santos Diniz, pessoas na terceira idade são mais vulneráveis a doenças. “Quando comparados à população mais jovem, os idosos possuem um sistema imunológico menos eficaz, decorrente de todas alterações fisiológicas próprias da idade, ficando assim mais vulneráveis a infecções e ao desenvolvimento da Síndrome da Imunodeficiência Humana (SIDA/AIDS) quando infectados pelo vírus do HIV”, esclareceu.
O boletim epidemiológico do Ministério da Saúde também mostra que o número de óbitos por HIV/AIDS, entre 1980 e 2008, era de 7.796 idosos mortos para cada 100.000 habitantes. De 2009 a 2019, a relação de óbitos e habitantes é de quase o dobro. Nesse período, 12.908 de 100.000 habitantes morreram com a doença. E, no intervalo de tempo entre 1980 e 2020, foram 38.361 pessoas com 60 anos ou mais diagnosticadas e 20.704 mortes.
Mesmo com os números alarmantes, o sexo ainda é um tabu para muitos e, por isso, acabam se descuidando. “Muitos acreditam que idoso não pratica sexo, que não tem desejo sexual, e isso não é verdade. Com a expectativa de vida aumentada, as pessoas com 60 anos ou mais estão cada vez mais ativas, e passa a ser essencial discutir os seus comportamentos sexuais, pois não estão livres do risco de contaminação de infecções sexualmente transmissíveis”, destaca Fernanda.
A faixa etária não é a mais afetada, mas, com a expectativa de vida dos brasileiros aumentando, a qualidade de vida também melhora. “Em 2060, a população com 80 anos ou mais deve chegar a 19 milhões. É importante trabalhar a sexualidade da pessoa idosa para que envelheçamos de forma saudável, e isso engloba deixá-la se vestir como queira, ir a lugares em que se sintam à vontade e felizes, relacionar-se com quem queiram também, e isso inclui o sexo”, concluiu a professora.
Assessoria de Imprensa | Unit