Melhorias no trânsito de Aracaju Foto: Sílvio Rocha O ano de 2008 foi marcado por uma série de avanços na área de transporte e trânsito de Aracaju. As principais conquistas foram a implantação de uma moderna sinalização semafórica por meio de sinais com leds e de temporizadores, a redução do número de acidentes e mortes com a instalação de 200 redutores de velocidade, a conclusão do sistema de bilhetagem eletrônica e a construção de mais 8 km de cliclovias, totalizando 54 km desde 2001, quando foi implantado o Programa Cicloviário. Para os próximos quatro anos, os maiores desafios são a licitação do transporte público de forma consorciada com os municípios da região metropolitana, a criação da central de trânsito – um avançado mecanismo de monitoramento e acompanhamento do tráfego – a implantação do sistema de GPS na frota de ônibus, a melhoria da estrutura e a duplicação da extensão das ciclovias existentes. Conheça mais sobre o que foi realizado em entrevista com o responsável pela Superintendência Municipal de Transporte e Transito (SMTT), Antônio Samarone. Canal Viva Bem – O que o senhor destacaria como sendo mais relevante dentre o que foi realizado pela SMTT em 2008, nas áreas de sinalização e educação? Antônio Samarone – Na parte de trânsito, toda a sinalização semafórica foi substituída por sinais com leds, uma iluminação com maior visibilidade e com temporizador; estamos em processo já de licitação de toda sinalização turística da cidade e o orçamento já se encontra na Caixa Econômica. Reestruturamos ainda nossa fábrica de placas para sinalização vertical. Quanto à sinalização horizontal, estamos com todo processo para adquirir uma usina de sinalização horizontal (equipamento montado sobre um caminhão com o propósito de pintar faixas e demais sinalizações no asfalto, com fins de orientar pedestres e motoristas). Nós temos uma pequena e vamos adquirir uma grande, para em 2009 não mais contratarmos serviços de terceiros. Com relação à educação, estamos concluindo um trabalho com os condutores de veículos de tração animal; as primeiras placas para as carroças foram entregues, já que a partir do dia 2 de fevereiro, só será possível o trânsito desses veículos devidamente emplacados pelas ruas de Aracaju. Foi feito um curso com esses condutores e eles receberam certificado e uma carteirinha. CVB – O que se destacou no tocante à engenharia de trânsito e fiscalização? AS – Na área de engenharia, fizemos a reposição de 160 novos abrigos de ônibus, recuperamos e pintamos os demais; fizemos a recuperação física dos terminais da Atalaia, Leonel Brizola (Rodoviária Nova) e da Visconde de Maracaju; promovemos a recuperação parcial do terminal DIA; fizemos ainda a rótula do Orlando Dantas, além de binários (implantação de mão única em via estreita que antes funcionava como mão dupla, sendo disponibilizado para tanto, escoamento – também em mão única – no sentido contrário em via paralela); colocamos cerca de 200 redutores de velocidade. Já na fiscalização, demos ênfase em fiscalizar proibição de estacionamento em vias com problemas de fluxo. Como percebemos que se fosse proibido o estacionamento haveria o ganho de uma nova via, nós fizemos isto em alguns pontos, proibindo o estacionamento em horário de fluxo e, com isto, essas vias melhoraram muito com a fluidez. Também priorizamos a fiscalização da calçada livre, intensificamos a fiscalização nas ciclovias. A velocidade continua sendo uma meta, digamos assim, prioritária da SMTT; a fiscalização em vagas de idosos e deficientes físicos e no combate ao clandestino. Além disto, em 2008 dobramos o número de motocicletas, adquirimos mais quatro novas viaturas e dois motociclos que fazem a fiscalização na praia CVB – E a fiscalização? Como está sendo feita? AS – De 6h30 até 8 horas e de 11h30 a uma da tarde. Nossos agentes são distribuídos em áreas de conflito (cruzamentos não semaforizados e com fluxo grande que necessita de certa regulamentação; retornos – por exemplo – que ficam em avenidas) e portas de colégios. Tirando isto, nós ficamos no Centro da cidade para evitar filas duplas. CVB – Os agentes são suficientes para fiscalizar o trânsito em Aracaju? AS – O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) indica a necessidade de um agente para cada mil veículos em circulação. Em Aracaju temos hoje cerca de 200 mil veículos (170 mil registrados em Aracaju e 30 mil que são eventuais), então precisaríamos ter na SMTT 200 agentes, mas temos 86. Claro que o número é muito abaixo para você dar o mínimo de assistência à cidade. Mas mesmo com 86, nós somos os primeiros a chegar em 99% das eventualidades, seja em colisão com ou sem vítima. CVB – Como está o processo de implantação da bilhetagem eletrônica? AS – A bilhetagem eletrônica está praticamente concluída. No meu entendimento, nós conseguimos implantar um novo mecanismo com êxito sem grandes conflitos. Estamos concluindo o vale-transporte e o cartão cidadão também já está à disposição. A parte seguinte, que é oferecer à população um serviço de melhor qualidade, é a que eu acho a grande tarefa para ser montada até o início de 2010 em Aracaju. Pretendemos até a metade de 2009 concluir o processo licitatório e, no segundo semestre, começar a implantar melhorias no serviço para iniciar 2010 com a frota totalmente nova. CVB – Em relação aos táxis em Aracaju,o que temos de positivo? AS – Hoje todos eles estão devidamente identificados com crachá e neste ano, do universo de 2 080 táxis que rodam na cidade, 600 carros foram trocados por novos, que passaram a transitar em nossas ruas, além disto, o combate ao clandestino tem sido, basicamente, uma ação que visa combater a concorrência desleal. Hoje temos 14 policiais da Polícia Militar que integram nossa equipe de combate ao clandestino. CVB – Quais os projetos da SMTT para os próximos quatro anos? AS – A criação de uma central de trânsito, que prevê a implantação de câmeras nos principais cruzamentos e avenidas para se ter uma ação instantânea em casos de engarrafamento e fluxos; assim como reprogramar o tempo dos semáforos, ou seja, ter a cidade mapeada em tempo real. Além disto, a implantação de GPS nos ônibus para se confirmar o trajeto e a velocidade dos ônibus, o que vai melhorar o serviço público de transporte. Outro ponto importante é o deslocamento do terminal de ônibus da Rodoviária Velha (Terminal Luiz Garcia). Com isso, os ônibus intermunicipais passam a ser realocados para a Rodoviária Nova (Terminal José Rollemberg Leite) e os metropolitanos para o terminal ao lado dos mercados. CVB – Quais as metas para o Programa Cicloviário de Aracaju, que hoje é referência nacional? AS – Nos últimos oito anos alcançamos o patamar de 54 km de ciclovias construídas, número superior a metrópoles como São Paulo. A última ciclovia inaugurada foi o trecho entre as avenidas Delmiro Gouveia e Mário Jorge, no bairro Coroa do Meio. Desde 2001 investimos cerca de R$ 11 milhões no programa cicloviário do município e com isso ajudamos a reduzir acidentes envolvendo ciclistas e a criar hábitos mais saudáveis na população. A meta do prefeito daqui pra frente é dobrar a extensão de ciclovias existentes, arborizar e melhorar a estrutura para tornar o deslocamento mais agradável e construir bicicletários associados aos terminais integrados de ônibus.