Você quer parar de fumar? Realmente parar de fumar? Pesquisas nacionais apontam para uma realidade animadora. Dos cerca de 23 milhões de fumantes brasileiros, o equivalente a 19% da população acima dos 15 anos, em média, 80% afirma querer largar o hábito do tabagismo. Para pular da teoria para a prática, ainda falta um grande salto. Nove entre dez brasileiros fumantes que já tentaram não conseguiram parar. Falta de vontade? Improvável, considerando as pesquisas nacionais realizadas periodicamente. Para o pneumologista Sérgio Ricardo Santos, o problema é outro. “O fumante não considera o tabagismo como uma doença e, por isso, não procura um médico,” diz o coordenador do PrevFumo (Núcleo de Apoio à Prevenção e Cessação do Tabagismo) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os mesmos levantamentos que indicam que o tabagista quer largar o cigarro apontam que a maior parte não sabe como fazê-lo. O Dia Nacional de Combate ao Fumo, data celebrada dia 29 de agosto, pode ser um incentivo para os tabagistas que querem largar o cigarro marcar a primeira consulta médica para iniciar o tratamento para a cessação de tabagismo. Afinal, tabagismo é uma doença assim como tantas outras. Fumantes que tentam parar de fumar sem ajuda médica têm menor chance de sucesso, uma média de 5% segundo a Organização Mundial da Saúde. E mesmo entre os que conseguem largar o cigarro, apenas de 0,5% a 5% mantêm a abstinência por um ano sem apoio médico. A taxa de sucesso é proporcional à ajuda que o fumante recebe para parar fumar. Se o fumante passar por uma consulta com seu médico para iniciar o processo de cessação do tabagismo, a taxa de sucesso já aumenta para 10%. Caso inicie um tratamento com acompanhamento periódico, porém sem medicamento, sobe para 15%. Se o especialista julgar necessário indicar o uso de medicamentos durante o tratamento e o fumante seguir a terapia regularmente, as taxas de sucesso aumentam para 30%. “Esse valor pode chegar ao dobro em determinados grupos, conforme a motivação e o grau de dependência nicotínica avaliados anteriormente ao tratamento”, diz o médico. “O fumante que não procura ajuda médica tem maior dificuldade para largar o cigarro. A dificuldade em si já é um empecilho para o processo de cessação do tabagismo. Por isso, muitos acabam desistindo no meio, sem alcançar o almejado sucesso”, explica. A falta de informação entre os fumantes interfere na busca pelo fim da dependência. Se todo fumante procurasse um médico, a taxa de sucesso entre os que tentam abandonar o cigarro seria bem maior, explica o especialista. No entanto, ele deixa bem claro que nenhum passo pode ser dado sem o comprometimento total do fumante. “O primeiro passo é querer parar”, esclarece Santos. “Não adianta procurar ajuda médica sem estar ciente de que parar de fumar é um processo difícil. Requer força de vontade, mas a ajuda de um médico facilita a trajetória até o sucesso”, diz. O médico irá traçar um tratamento adequado e individual para cada paciente, estabelecendo metas e prazos reais para a cessação do cigarro. Além de ser um ombro amigo nos momentos difíceis, o especialista poderá também trazer alento ao fumante, respondendo aquela pergunta que não sai da cabeça de quem está tentando parar de fumar: por que é tão difícil? Os fumantes têm dificuldade em largar o cigarro por causa da dependência provocada pela nicotina, que é uma condição física e psicológica. Ao fumar, a nicotina chega ao cérebro em poucos segundos, onde ativa o circuito que regula o prazer e a recompensa. Uma substância chamada dopamina, presente no cérebro, estimula o fumante a desejar mais nicotina. A nicotina, por sua vez, eleva os níveis de dopamina. Quando os efeitos da nicotina se dissipam, o fumante busca mais, acendendo outro cigarro. A dependência pela nicotina é uma condição médica crônica e recorrente. Por isso a dependência ao cigarro é uma condição clínica que deve ser tratada por um profissional de saúde especializado no assunto. Os benefícios da cessação aparecem quase que imediatamente. Vinte minutos após o último trago, a pressão arterial começa a voltar ao normal. Um dia depois, os níveis de monóxido de carbono nos pulmões se equiparam ao de um não fumante. Dois dias depois, a nicotina foi eliminada do corpo e as papilas gustativas já começam a demonstrar melhor sensibilidade. Após 12 semanas, há uma melhora na circulação e na função pulmonar. Um ano desde o último cigarro, o risco de um infarto cai pela metade. Após 10 anos, o risco de câncer de pulmão cai pela metade e, 15 anos depois, o risco de infartos e derrames se equipara ao de uma pessoa que nunca fumou. Segundo Santos, há centros de tratamento de tabagismo espalhados por todo o País. Na falta de encontrar um próximo da sua residência, o fumante deve buscar ajuda de um profissional. “Procure um médico e busque tratamento para essa doença”, conclui. Informações Mais informações sobre como parar de fumar podem ser obtidas no site www.euqueroparar.com.br; uma campanha do laboratório Pfizer para ajudar o fumante a largar o cigarro e transmitir informações de como fazê-lo: procurar um médico é o primeiro passo. Fundada em 1849, a Pfizer é uma indústria farmacêutica de origem norte-americana que pesquisa, desenvolve e comercializa medicamentos líderes nas áreas de saúde humana e animal, além de algumas das marcas mais conhecidas no setor de consumo. Presente em mais de 180 países, a empresa está no Brasil desde 1952 e, atualmente, tem cerca de 1,9 mil funcionários.