A Clínica Onco Hematos, sempre preocupada com seus pacientes e com a população, vem orientar e alertar sobre o Dia Mundial de Conscientização sobre o Lúpus, comemorado nesta quarta-feira, 10 de maio. O lúpus eritematoso sistêmico ou LES é uma doença muito heterogênea e causada por um distúrbio de autoimunidade. Pesquisadores acreditam que ele aparece em uma pessoa que tem predisposição genética quando exposta a determinados agentes do meio ambiente que “despertam” a doença (luz do sol, certos medicamentos, uso de hormônios e algumas infecções).
De acordo com o reumatologista da Onco Hematos, Dênisson Silva, o lúpus é uma doença autoimune rara e acomete menos de 1% da população mundial, mas que é grave e com consequência devastadoras para quem faz o diagnóstico de forma tardia. "É mais comum em mulheres jovens, mas pode acometer qualquer pessoa. Pode ter como primeiros sintomas apenas fraqueza, febre que não tem motivo, perda de apetite ou queda de cabelo. Depois pode ter manchas pelo corpo que não são justificáveis por trauma e articulações inchadas e doloridas. Todos os órgãos podem ser acometidos alguns com maior gravidade como rins, coração, pulmão e cérebro e pode até levar a morte", explicou.
Ainda segundo o reumatologista, a doença tem tratamento mas não tem cura. "Para um bom tratamento é necessário além do diagnóstico precoce um acompanhamento adequado com um médico reumatologista que apresentará as diversas opções de tratamento que dispomos hoje em dia e oferecer a possibilidade de uma sobrevida com boa qualidade", finalizou.
O Lúpus é uma doença de autoimunidade, ou seja, está associada à formação de anticorpos que, em vez de proteger a pessoa, agridem o seu organismo. Anticorpos são nossos “soldados de defesa” contra infecções e no lúpus, eles causam um motim… Esses anticorpos formam uma reação com componentes dos tecidos da pessoa (e esse conjunto é chamado de complexo imune) que se depositam na parede dos vasos sanguíneos causando inflamação. É por isso que o lúpus é considerado como sendo uma vasculite.
Existem vários anticorpos numa pessoa com lúpus; o mais reconhecido é o FAN ou fator antinuclear que é detectado por exames de sangue. Todavia, é bom saber que uma pessoa pode ter este FAN e vários outros tipos de doença que não são o lúpus ou, até mesmo, nem estar doente. Sozinho, um FAN positivo não quer dizer nada…. A pessoa tem que ter a clínica da doença associada para que seja LES – doença pouco comum que atinge principalmente as mulheres jovens, em idade fértil. Este mal tende a evoluir em períodos de atividade alternados com períodos de remissão. As queixas mais comuns são as de manchas na pele que pioram quando a pessoa toma sol e dores e/ou inchaços nas articulações. As manchas de pele aparecem principalmente na região do rosto (nariz e bochechas) e são chamadas de erupção em borboleta por causa do seu formato. Feridas na boca também são comuns.
O uso dos medicamentos é intensificado em fases em que a doença está ativa, mas com o seu controle, pode diminuir bastante. Já o tipo de medicamento a ser usado varia conforme a gravidade da doença e conforme o tipo de órgão que está sendo afetado.
Se você tem lúpus é bom saber algumas coisas que podem ajudar:
1- É muito importante evitar a exposição à luz do sol ou fontes de irradiação de luz ultravioleta. Por isso use sempre o bloqueador solar várias vezes ao dia, mesmo que o tempo esteja nublado ou que fique dentro de casa. É importante que ele seja aplicado várias vezes no dia porque ele tende a sair com o suor e isso pode deixar a pessoa desprotegida. Bonés, roupas com mangas compridas e sombrinhas podem auxiliar nesta proteção.
2- Mantenha a sua carteirinha de vacinas em dias. O lúpus pode facilitar algumas infecções e vacinas como as da pneumonia podem evitar problemas futuros. Entretanto, discuta isso com o seu médico antes de tomar qualquer iniciativa neste sentido. Não é toda vacina que um paciente com lúpus pode tomar. Existem as de vírus vivo como a de sarampo ou poliomielite (a de gotinhas) que devem ser evitadas.
3- Mantenha-se em forma. Procure não ganhar peso, ter uma dieta saudável e fazer exercícios. O lúpus, assim como outras doenças reumáticas crônicas e inflamatórias, pode predispor a pessoa a ter mais arteriosclerose. Mantendo-se em forma a pessoa ajuda a evitar as suas consequências. De maneira geral, não existem dietas especiais a serem seguidas a não ser que você tenha envolvimento dos rins. Muita verdura e muitas frutas; pouca gordura, pouco refrigerante e menos doces são recomendados para todo mundo.
4- Não fume. Além de outros problemas já bem conhecidos do uso do cigarro como doenças respiratórias, câncer de boca, garganta e pulmões, o fumo piora algumas manifestações da doença, principalmente as de pele. Além disso, prejudica a atuação de certos medicamentos como os antimaláricos (cloroquina e hidroxicloroquina) e favorece a arteriosclerose.
5- Não tome remédios por conta. Às vezes, remédios que parecem relativamente “simples” como antiinflamatórios, podem causar problemas se você tiver pressão alta ou lúpus nos rins. Por outro lado, em outras situações, em que a doença é suave, eles podem ser usados. Hormônios femininos como os estrógenos, muito encontrados em certos anticoncepcionais, podem provocar a doença. Por isso, não se medique sem que o médico dê o seu aval.
6- Uma mulher com lúpus pode ter filhos, mas a gravidez no lúpus deve ser planejada. A doença deve estar controlada por pelo menos 6 meses antes de engravidar e certos medicamentos devem ser continuados durante a gestação para evitar um surto agudo da doença neste período.
7- Mantenha sempre os seus exames em dia e consulte regularmente o seu reumatologista.
Ascom Onco Hematos com informações do site: http://reumatologiapr.com.br/