HPV: tem início a vacinação para meninas entre 9 e 11 anos

Teve início nesta semana a vacinação para meninas com idade entre 9 e 11 contra o Papilomavírus humano (HPV), principal causador do câncer do colo de útero. Até a semana passada, a vacina era destinada para aquelas com idade entre 11 e 13 anos. A vacina está disponível em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS) e faz parte da rotina de vacinação.

A vacinação contra o HPV segue um esquema vacinal de três doses para fazer o efeito esperado. A segunda dose deve ser tomada seis meses após a primeira e, a terceira, cinco anos após a primeira.

“A vacina protege as meninas contra os principais tipos do HPV e não existe nenhum efeito adverso comprovado cientificamente em nenhum dos países onde é aplicada. Os pais e responsáveis devem levar suas filhas aos postos de saúde ou autorizar que elas recebam a dose nas escolas. Sempre quando forem receber a dose não podem deixar de levar o cartão de vacinação”, disse Sândala Oliveira, gerente do programa de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

“Aquelas mulheres que tem HIV e com faixa etária entre 9 e 26 também devem receber a dose no Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE) localizado no Hospital de Urgências de Sergipe, em Aracaju. Esse público não pode receber a vacina em postos de saúde, assim como as demais mulheres não podem receber a dose no CRIE”, explicou a técnica da SES.

Sândala Oliveira ainda chamou a atenção para as meninas que tomaram a primeira dose e não receberam a segunda. “As meninas que tomaram a primeira dose e já passaram do prazo para receber a segunda devem procurar o quanto antes os locais de vacinação, mesmo que já não esteja na faixa etária da vacinação. Em Sergipe, 100% das meninas sergipanas já receberam a primeira dose, porém apenas 55,10% receberam a segunda”, alertou a técnica da SES.

DST/AIDS e HPV

O médico e gerente do programa Estadual DST/AIDS, Almir Santana, alerta que, mesmo com as meninas vacinadas, a camisinha continua sendo imprescindível nas relações sexuais.“A vacina não protege as meninas de doenças como a AIDS e a Sífilis e, por isso, deixar de usar o preservativo é se expor ao risco, inclusive de uma gravidez não planejada. O incentivo ao uso do preservativo deve ser feita pelos pais, escolas e profissionais de Atenção Básica. O diálogo deve ser aberto, claro e sem preconceitos”, destacou Almir Santana.

Almir Santana ainda lembrou que os médicos devem se atentar para os casos de câncer do colo de útero associados ao HPV. “Nesses casos os médicos devem solicitar o exame para detecção do HIV, pois pode ser uma manifestação clínica da AIDS”, disse.