De acordo com dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/Datasus) do Ministério da Saúde, houve uma queda no número de registros de câncer de pênis entre 2020 e 2021. O urologista e cirurgião robótico Dr. André Yoichi afirma que a situação é preocupante. A diminuição em torno de 20% dos casos notificados pelo Ministério da Saúde, endossam esse alerta.
Segundo o Ministério da Saúde, entre 2014 e 2018, as mais altas taxas de mortalidade por câncer de pênis foram verificadas em três estados da região Nordeste: Maranhão, Piauí e Sergipe. De acordo com dados mais recentes, no Brasil, o câncer de pênis pode representar 17% de todas as neoplasias malignas em certas regiões, a região com maior número de casos nos últimos quatro anos foi o Sudeste (3.162 casos), seguido pelo Nordeste (2.574).
Em 2021, foram registrados mais de 1.700 casos desse tipo de tumor no país. Em 14 anos, houve um aumento de 1.604% de amputações do órgão. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) realiza um mutirão de cirurgia de postectomia (circuncisão), no dia 4 de fevereiro, em estados do Norte e Nordeste, contemplando cerca de 150 homens atendidos pela rede pública de saúde.
Para Dr. André Yoichi, é preciso intensificar a conscientização. “Campanhas como essa da SBU são fundamentais para que as pessoas se atentem a esse problema tão pouco falado na sociedade. É lamentável que no nosso país, ainda tenhamos números tão alarmantes, vale lembrar que em países com alto índice de desenvolvimento humano (IDH), o câncer de pênis representa um dos tipos de tumores mais raros”, afirma.
A melhor e mais importante forma de prevenir o câncer de pênis é através da higienização adequada do órgão genital, este tipo de câncer está intimamente ligado à falta ou a higienização inadequada do pênis. “Inicialmente o câncer surge como uma pequena ferida no pênis que não cicatriza e progressivamente vai aumentando de tamanho se transformando em uma grande ferida ou úlcera”, explica Dr. André Yoichi.
O tratamento vai depender do grau de comprometimento do câncer no momento do diagnóstico, pode variar desde cirurgia de amputação parcial do pênis até em casos mais avançados a retirada de todo o órgão genital do homem.
A orientação sobre a higienização deve começar cedo. “É fundamental que as crianças sejam orientadas e educadas desde pequenas a higienizar corretamente seu órgão genital, aqueles que por ventura apresentam dificuldades por conta de situações como a fimose devem ser avaliados pelo médico” finaliza.
Fonte e foto: Rodrigo Alves, Jornalista.