A pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19) tem proporcionado novas discussões sobre a oportunidade de execução de práticas inovadoras e com grandes potenciais de legado positivo para o momento atual, uma delas é a Telemedicina, que se tornou uma ferramenta essencial para atendimentos médicos não-presenciais neste momento de pandemia. Para falar sobre o assunto, com o tema “Pilares da Telemedicina: Segurança, Qualidade e Eficiência – Teoria e Prática”, a Clínica Onco Hematos realizou uma live na noite de quarta-feira, 17. O ortopedista da Onco Hematos, Dr. Ronald Barreto, e o presidente da Sociedade de Gastroenterologia de Sergipe e gastroenterologista da Onco Hematos, Dr. Fernando Every, debateram sobre o assunto, com o objetivo de orientar a população e os profissionais de saúde sobre o tema.
No início da live, Dr. Ronald Barreto destacou que com o advento da pandemia a tecnologia está sendo muito mais utilizada e a telemedicina é uma delas. E para explicar como a telemedicina funciona, Fernando Every enfatizou que a telemedicina está normatizada e regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina. “Devido à pandemia, foi realizado um decreto emitido pelo presidente da República em abril deste ano, permitindo de forma emergencial a utilização da telemedicina. Em sua definição principal, a telemedicina é um instrumento que permite uma assistência ao paciente, independente da distância física entre o prestador do cuidado de saúde e o paciente”, explicou.
Dr. Ronald Barreto também questionou Dr. Fernando Every sobre uma discussão de que esta ferramenta poderá causar a desumanização da medicina, pois há uma perda do contato físico entre o profissional e o paciente. “Eu não vejo dessa forma, de que essa ferramenta pode desumanizar a medicina. O que precisa é desmistificar muita coisa, informar melhor os médicos, os profissionais de saúde e os pacientes sobre como essa ferramenta pode facilitar o atendimento. Para mim, uma ferramenta que permite que a gente leve o cuidado e a informação médica, acolhendo o maior número de pacientes, isso tudo é humanizar. Além disso, há uma facilidade no atendimento para os pacientes que têm problemas de locomoção, como os idosos, as pessoas com deficiência e as pessoas que moram longe, no interior, e têm dificuldade de se locomover para a capital, que perdiam o dia todo para realizar um atendimento. Então a telemedicina tem suas formas de humanizar também”, afirmou Fernando Every.
Outro questionamento durante a live foi com relação ao que pode ser considerado telemedicina. “A forma de cuidado e assistência vem se revolucionando nos últimos anos. Hoje temos mais de 400 mil aplicativos de saúde e os novos profissionais de saúde precisam se adaptar a essa nova realidade. O que desenvolveu muito a telemedicina foi a Nasa, nos anos 60, para fazer o monitoramento dos astronautas, com atendimento de temperatura, pressão, eletrocardiograma. Existem muitas formas de telemedicina: a teleconsulta, o telemonitoramento, a telecirurgia, o telediagnóstico, tele-educação, por exemplo”, salientou o gastroenterologista.
Sobre o sigilo das informações durante o teleatendimento, Dr. Ronald Barreto destacou que é preciso ter cuidado ao escolher a plataforma que vai ser realizada a consulta. “Às vezes uma foto que o paciente manda, que para o olhar médico não tem problema nenhum, se for exposta publicamente pode gerar complicações para o paciente, por isso, é preciso escolher plataformas seguras, que garantam o sigilo, essas plataformas já estão disponíveis e já estão sendo utilizadas. Fazer uma simples consulta pelo WhatsApp, por exemplo, pode gerar riscos posteriores se as informações forem expostas. A conversa que o médico e o paciente tinham entre quatro paredes, também não pode sair dos quatro cantos da tela”, pontuou o ortopedista Ronald Barreto, destacando ainda que a telemedicina não é uma ameaça e não substitui o atendimento presencial, apenas vem para agregar, incluir uma nova forma de atendimento.
Ascom/Onco Hematos