A campanha Novembro Azul, que tem como foco a saúde do homem, está chegando ao fim, mas a prevenção continua durante todo o ano. O câncer de próstata é segundo maior tipo de câncer que mais acometem os homens no Brasil. Na fase inicial, não há sintomas e em 95% dos casos, aparecem em estágio avançado, por isso a importância dos exames preventivos frequentes. Para falar sobre a campanha e orientar a população sobre outras doenças que acometem os homens, o oncologista da Onco Hematos, Dr. Miguel Tenório, esteve na concessionária Maracar, realizando palestra para os funcionários.
De acordo com o oncologista clínico, a campanha visa alertar a população masculina não apenas para o câncer de próstata, como também para a diabetes, as doenças cardiovasculares, hipertensão e obesidade. “Atualmente, os dados do Inca estimam mais de 60 mil novos casos de câncer de próstata em homens no Brasil. O que a campanha mais alerta é a necessidade de fazer os exames de rotina, onde deve estar incluído o exame de PSA para homens a partir dos 50 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia”, frisou o médico, destacando ainda que o exame pode ser realizado precocemente, a partir dos 40 anos, em caso de homens negros, obesos ou tiver histórico familiar de câncer de próstata, sendo parentes com menos de 50 anos.
Dr. Miguel Tenório acrescenta ainda que o PSA (Antígeno Prostático Específico), é produzido pela próstata, mas não é específico do câncer de próstata. “Algumas outras doenças como inflamações, as prostatites, ou a hiperplasia benigna da próstata, que é uma doença benigna muito comum nos homens ao longo do envelhecimento também podem influenciar o PSA”, explicou.
Fatores de risco
Ainda segundo o oncologista, os principais fatores de risco para a doença são justamente as pessoas negras e obesas, além de pacientes com histórico familiar. “Para os pacientes obesos é necessária a redução de peso, não só para o câncer de próstata como para outras doenças. Para quem tem pessoas histórico familiar de câncer de próstata, é preciso começar a triagem de exames na idade correta”, ressaltou.
Sintomas
Os principais sintomas estão relacionados a urina. “Geralmente, se o homem faz esforço ao urinar, se o jato urinário é diminuído, se há presença de sangramento na urina ou ardência merece investigação de um médico. Além disso, levantar mais do que três vezes a noite para urinar também merece investigação. E quando a doença está mais avançadas outros problemas podem surgir como dor no reto ao evacuar, dor nos ossos”.
Diagnóstico e Tratamento
Após a realização do PSA, se houver alguma alteração, é preciso prosseguir a investigação com o toque retal, ultrassom de próstata ou ressonância de próstata. “Alguns desses exames alterados indicam a importância de realizar uma biópsia de próstata. Uma vez feita a biopsia, é definida se a doença é uma neoplasia maligna ou não”.
Já o tratamento do câncer de próstata, segundo Dr. Miguel, depende da gravidade da doença. “Temos um tripé de tratamento, que é a cirurgia, onde hoje já temos a cirurgia robótica como cirurgia importante para tratamento, já que reduz as sequelas para o paciente como risco de incontinência urinária, disfunção erétil, além de menor tempo de internação dos pacientes, porém ainda não é coberta pelos convênios. Também temos a radioterapia, que usa a radiação como método de destruição das células tumorais. E o bloqueio hormonal que é o bloqueio da testosterona, uma vez que o tumor de próstata, quando já instalada, ele utiliza a testosterona como um impulso ou estímulo para a multiplicações das células. Já a quimioterapia reservamos para casos mais avançados”, finalizou.
Ascom/Onco Hematos