FEVEREIRO ROXO: Fibromialgia tem maior incidência em mulheres entre os 35 e 50 anos

A fibromialgia pode ainda ser pouco conhecida, mas os sintomas causados por essa patologia, que tem maior incidência entre mulheres, causam bastante desconforto e limitações. A campanha conhecida como Fevereiro Roxo chama a atenção e alerta para a importância do tratamento desta síndrome.

A doença, mais comum em mulheres dos 35 aos 50 anos, é causada por uma desregulação de neurotransmissores que causa hipersensibilidade à dor. O principal sintoma é justamente a dor crônica, que pode ser sentida por, no mínimo, três meses. A médica  reumatologista e cooperada da Unimed, Patrícia Fontes de Santana, explica que a dor é o principal sintoma apresentado nos pacientes com fibromialgia.

Patrícia Fontes -Reumatologista

“Normalmente, começa com uma dor localizada que depois se espalha no corpo inteiro ou permanece localizada em alguma região. É uma dor difusa, dói o corpo inteiro e não tem horário para doer. Além da dor crônica, o paciente também pode apresentar, na maioria das vezes, fadiga, sono não reparador, em que ele dorme, mas não descansa e acorda mais cansado do que quando foi dormir. Com isso, aparecem outras alterações cognitivas, como alteração de memória, depressão, ansiedade por conta dessa dor frequente”, explica Patrícia.

Diagnóstico e tratamento

Não existe nenhuma forma de prevenir a fibromialgia, por isso, é preciso que o paciente se atente aos sintomas e busque ajuda profissional. “Quando os três principais sintomas aparecerem, que é a dor crônica difusa, fadiga crônica e alterações no sono, a pessoa deve procurar um reumatologista”, alerta Patrícia.

Não existe um exame específico para descobrir a fibromialgia. Quando existe a suspeita, o médico solicita exames laboratoriais para descartar doenças semelhantes, ou seja, que também causam dores difusas. Se os exames não mostrarem outra doença compatível com as dores, através de exames físicos do paciente e da sua história clínica, e com outras doenças descartadas, se chega ao diagnóstico da fibromialgia.

“Existe o tratamento medicamentoso, com antidepressivos, que agem na dor, ansiolíticos, neuromoduladores, relaxantes musculares, algumas outras medicações que são utilizadas para quem tem síndrome das pernas inquietas, analgésicos, entre outros. E existe também o tratamento não medicamentoso, com atividade física aeróbica, fortalecimento muscular, acompanhamento psicoterápico, hidroginástica, alongamento”, esclarece a médica.

Para se tratar a fibromialgia, que não tem cura, é necessário um atendimento multidisciplinar. Na Unimed Sergipe, o paciente com essa síndrome dispõe de uma equipe de médicos de diversas especialidades que o ajudam a tratar e aliviar os sintomas, obtendo, assim, uma melhor qualidade de vida.

São médicos reumatologistas, psiquiatras, acupunturistas,  psicólogos, fisioterapeutas e  médicos especialistas em dor. “O tratamento varia de paciente para paciente, pois existem vários graus de dor. Uns têm aquelas dores extremas e incapacitantes, outros têm dor difusa crônica. Mas, em todos os casos, é necessário um tratamento contínuo”, lembra Patrícia.

Convivendo com a fibromialgia

A analista de controladoria Tauila Martins de Santana descobriu a fibromialgia há cerca de seis anos. De lá para cá, ela convive com as dores e desafios causados pela doença. “Fui diagnosticada, em 2015, mas desde 2012 já sentia dores do lado direito do corpo, mas especificamente no ombro e no cotovelo, porém conseguia conviver com a dor e fui protelando. Em 2015, quando já não aguentava mais, resolvi procurar ajuda médica”, conta Tauila.

Tauila Martins - paciente
Tauila Martins – paciente

 

Após diversos exames e dezenas de sessões de fisioterapia, Tauila recebeu o diagnóstico da fibromialgia. “Na época, eu sabia que a doença existia, mas não conhecia a fundo. Meu maior desafio foi aceitar que a doença não tem cura. Comecei a estudar, a ler artigos e passei a entender e a sentir na pele o quanto essa doença maltrata. Fiquei por muito tempo buscando uma palavra para explicar a dor que eu sentia”, lembra Tauila.

 

A analista de controladoria conta que a hipersensibilidade a dor faz com que, às vezes, não aguente ser abraçada por alguém, além da alteração do sono, da fadiga, da ansiedade, contração da musculatura, déficit de atenção, entre outros sintomas desencadeados pela fibromialgia, além de, também, sentir dificuldades para dirigir.

 

Para tratar e conviver com a doença, Tauila faz acompanhamento médico com reumatologista e fisiatra, além de psicólogo, para tratar a irritabilidade, e psiquiatra, por conta da insônia. Adepta ao tratamento medicamentoso, Tauila também faz pilates, atividades físicas aeróbicas,  yoga e meditação.

 

“Com o tempo, vamos aprendendo a conviver e a respeitar as nossas fraquezas e aprendendo a lidar com as novas barreiras que encontramos no caminho. Não é fácil conviver com isso, o que me motiva a continuar lutando é a fé. Por isso, eu sempre digo para aqueles que têm fibromialgia, que ‘fé e paciência’ são as palavras chaves”, finaliza Tauila.

 

Fonte: Ascom Unimed