As cartas de gratidão que a equipe do Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) do Instituto Nacional do Câncer (Inca) recebe de pacientes que passaram por transplante e de doadores anônimos humaniza a estatística: em pouco mais de três anos cresceu quase 9 vezes o número de doações, pulando de 60 mil doadores cadastrados em junho de 2004 para 525 mil em outubro de 2007. Considerando o total de doadores registrados em 2004 (80,3 mil), a alta até agora é de 553%. Fonte: AE
Com mais de meio milhão de amostras, o Brasil já tem o quinto maior banco de células-tronco para uso em transplantes de medula óssea do mundo e está sendo assediado por países da Europa e pelos Estados Unidos para uniformizar o seu cadastro de voluntários. “Todos estão de olho no nosso banco, porque a população brasileira tem uma diversidade (genética) incrível, mas ainda não há uma regulamentação que permita isso”, diz a coordenadora do Redome, Izabela Salomão.
Na opinião da coordenadora do Redome, o aumento do número de doadores deve-se às campanhas promovidas pelo instituto, mas, principalmente, à mobilização do círculo familiar e de amigos de algum paciente com indicação de transplante. “Hoje em dia, com a internet, a difusão de informações é muito rápida e adquire proporções enormes em pouco tempo”, explica.
Além de alguns tipos de leucemia, o transplante também é indicado em certos casos de anemia congênita e linfomas. O procedimento é simples, embora seja realizado, na maior parte das vezes, com anestesia geral. São feitas duas pequenas incisões em cada um dos lados da bacia, por onde são feitas pequenas punções de células-tronco. “Fica um pouco dolorido, mas no dia seguinte já pude ir para casa e em menos de uma semana estava levando a vida normalmente”, diz a estudante de medicina Mariana Gonçalves, 23, que há seis anos doou células da medula para a irmã gêmea Flavia, que tinha linfoma.