A falta de opções e o aumento abusivo das mensalidades dos planos de saúde obrigam os consumidores a optarem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), os ajustes de mensalidades dos planos prejudicam a saúde e levam ao endividamento dos consumidores. Ainda segundo o Idec, os reajustes dos preços não vão trazer melhorias para o consumidor. Muito pelo contrário, vão fazer com que deixem de usar o plano e recorra à saúde pública.
Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a agência reguladora está propondo regras mais claras para institutos amplamente utilizados, para conferir maior segurança jurídica e proteção aos beneficiários. Uma das propostas é a previsão de limites fixos de cobrança que o beneficiário possa arcar por mês com o plano de saúde, que seria o valor da contraprestação ordinária mais o valor extraordinário a ser pago por conta da franquia ou coparticipação.
Apesar dos planos de saúde lideraram o ranking de reclamações de consumidores do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) em 2017, em Sergipe, os convênios não chegam nem perto do número de empresas mais reclamadas no Procon de Sergipe. De acordo com o órgão estadual, no ano passado as reclamações contra os planos de saúde não passaram de cem.
A pesquisa do Idec mostra ainda que este é o sexto ano consecutivo que o setor lidera as reclamações, com 23,4% do total das queixas recebidas. A maior parte das reclamações dos consumidores é sobre reajuste abusivo dos planos, especialmente empresariais e coletivos. Os usuários também reclamam das negativas de cobertura e falta de informações sobre os planos.
De acordo com o diretor do Procon Estadual, Andrews Mathews, no levantamento feito pelo órgão, os planos de saúde não estão na lista dos vilões de maiores reclamações. “Das poucas reclamações que recebemos, estão relacionados aumento do valor do plano e negativa de realizar algum procedimento”, informou.
Questionado se o pouco número de reclamações pode estar ocorrendo porque as pessoas estão recorrendo a outros meios, como, por exemplo, reclamações diretamente a Agencia Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Andrews explicou que isso estivesse ocorrendo a própria ANS entraria em contato com o Procon para saber porque o alto índice de reclamações. “Se os consumidores estivessem procurando a ANS nós saberíamos, porque a própria agência reguladora iria nos informar, mas isso não tem ocorrido”.
Por fim, o diretor do Procon frisa que o órgão é um dos caminhos que o cidadão tem de reivindicar os direitos enquanto consumidor. “Se ele tiver atendimento negado, ou o valor pago não condiz com o contratado, o consumidor pode reunir os documentos e comparecer ao Procon. Aqui iremos tirar dúvidas e verificar a denúncia e dar andamento”, frisou.
Fonte: Jornal da Cidade.net